O dólar subiu cerca de 2% na sessão da última quinta-feira (22) e voltou a se aproximar do patamar de R$ 5,60, fechando na casa dos R$ 5,59. Além de alimentado pelo fortalecimento global da moeda americana e pela alta das taxas do Tesouro, houve certo desconforto com a comunicação do Banco Central do Brasil.
Assim, após dois dias superando seus pares, o real apresentou hoje as piores perdas frente ao dólar entre as moedas emergentes e as dos países exportadores de commodities mais relevantes.
Ao componente externo somaram-se sinais de que há dissidência dentro do Banco Central do Brasil sobre os rumos da taxa Selic já que, nesta terça-feira (20), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que é preciso cautela em relação às expectativas de subida das taxas de juro, em grande parte alimentada pelas recentes declarações do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo.
Pela manhã, o diretor de Política Económica, Diogo Guillen, afirmou que a “ênfase excessiva” no balanço de risco para a inflação “como instrumento de orientação” na condução da política monetária causou “um pouco mais de desconforto”. Ele destacou, porém, que o comunicado e a ata do Copom refletem uma visão coesa dos dirigentes do BC.
As altas do dólar ocorreram na tarde de ontem em meio a declarações de Galípolo. Embora tenha dito que “reafirma todas as suas declarações dos últimos dias”, vistas pelos investidores como um sinal de aumento iminente da taxa Selic, ele disse que o “balanço assimétrico de riscos” para a inflação não está “relacionado a um guidance” para os próximos passos do Copom.
Galípolo afirmou “discordar que suas declarações recentes tenham colocado o BC em um canto”, ou seja, obrigado a aumentar os juros em setembro. Ele também negou que suas declarações representem “dissonância” com as de outros dirigentes do BC ou com as avaliações constantes da ata do Copom.
Continua após a publicidade
Parte da recente valorização do real foi atribuída pelos analistas justamente ao tom mais duro de Galípolo, que aumentou as apostas tanto de investidores quanto de um grupo de economistas no aumento da taxa Selic em setembro.
Também foi avaliação comum que a postura coesa do Copom aumentou a credibilidade da política monetária e acalmou os temores de um BC leniente com a inflação a partir de 2025, quando Campos Neto será substituído por alguém indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo Galípolo o nome mais popular.
Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, as recentes declarações de Campos Neto e dos diretores do BC não condizem com a percepção anterior de que o Copom estava unido na avaliação sobre a condução da política monetária.
Continua após a publicidade
“Parece que tentaram engrossar o discurso para derrubar o dólar e se assustaram com a reação do mercado de colocar alta da taxa Selic na curva de juros”, diz Borsoi. “O comitê agora parece não ter uma mensagem harmoniosa. Essa mudança é ruim e adiciona mais volatilidade.”
No final da tarde, Galípolo procurou esclarecer declarações que poderiam ser vistas como pacíficas, afirmando que deu impressão errada ao comentar sobre ‘ganhar graus de liberdade’ e reiterou que “o BC não hesitará em aumentar os juros se necessário ”.
Olhando para o exterior
Ontem, dados da economia americana e declarações mais cautelosas de dirigentes do Federal Reserve, às vésperas do discurso do presidente da instituição, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, esfriaram as apostas em um corte mais agressivo dos juros nos EUA neste ano e fez o dólar subir.
Continua após a publicidade
“O mercado tem estado muito animado nas últimas semanas com um ciclo relevante de cortes e hoje, com o discurso dos dirigentes do Fed, houve uma moderação. As moedas emergentes sentiram o peso da recuperação do dólar no exterior e do aumento do prêmio na curva de juros americana”, afirma a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.
Assim, as atenções desta sexta-feira voltam-se para o discurso de Powell esta sexta-feira, às 11h00, com grandes expectativas sobre o que irá sinalizar sobre a próxima reunião do banco central dos EUA, em setembro.
Os investidores precificaram integralmente um corte da taxa de juro por parte da Fed no próximo mês, mas continuam em dúvida sobre a dimensão da medida, com 75% a apostar numa redução de 25 pontos base. Espera-se que Powell indique o nível de flexibilização que o banco central está disposto a alcançar em setembro.
Continua após a publicidade
(com Estadão Conteúdo e Reuters)
emprestimos com desconto em folha
taxas de juros consignado
simulação de consignado
quero quero emprestimo
empréstimo pessoal brb
meu empréstimo
emprestimo para negativados curitiba
picpay logo
juros emprestimo aposentado
empréstimo bb telefone
auxílio brasil empréstimo consignado
simulador emprestimo aposentado
consignado auxílio brasil
onde fazer empréstimo