Um nova espécie de árvore frutífera foi encontrada na área do Monumento Natural Municipal da Pedra de Itaocaia, no município de Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro. A descoberta de Siphoneugena carolynae, um “parente próximo” das jabuticabeirasfoi realizada pelos pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) Thiago Fernandes e João Marcelo Braga.
O estudo indica que a árvore de 7 metros de altura é única no mundo. Segundo o pesquisador Thiago Fernandes, até o momento se conhece apenas um único indivíduo da espécie.
“É a 13ª espécie de gênero Siphoneugena conhecido até hoje. Nós os coletamos com os frutos ainda verdes. Não conhecemos os frutos maduros, mas podemos prever que sejam semelhantes às jabuticabas (gênero Plinia), pois são parentes próximos”, disse em texto publicado pelo JBRJ.
Thiago Fernandes acrescentou que, desde o século XIX, a região despertou o interesse de naturalistas, incluindo Charles Darwin. O naturalista, geólogo e biólogo britânico visitou aquela área em 1832 e se hospedou na histórica Fazenda Itaocaia, onde a espécie foi descoberta.
Para o pesquisador, isso é um avanço para a ciência. “Essa nova descoberta é um avanço para o pleno entendimento da flora da Mata Atlântica, que ainda abriga muitas espécies desconhecidas pela ciência. Além disso, demonstra a importância das áreas protegidas para a conservação desta e de outras espécies raras e de distribuição restrita”, acrescentou.
As expedições de campo no Morro Itaocaia ocorreram entre 2018 e 2023 e, ao longo das fases de desenvolvimento reprodutivo, a espécie foi monitorada periodicamente.
Thiago Fernandes destacou que, desde a formatura, vem realizando estudos com seu orientador e outros colaboradores e esta não foi a primeira descoberta rara.
“Já fizemos outras descobertas na localidade. Havia uma espécie frutífera que só era conhecida a partir de uma única coleção feita no século XIX, que já está em cultivo no Jardim Botânico, e outras duas espécies novas ocorrendo em Itaocaia e Niterói”, afirmou.
Segundo o JBRJ, o nome científico dado à nova árvore foi proposto pelos pesquisadores em homenagem à pesquisadora da Universidade de Brasília Carolyn EB Proença, especialista sênior em Myrtaceae. A escolha foi para marcar a longa carreira de contribuições do pesquisador à taxonomia e à biologia reprodutiva das espécies desta família. Carolyn EB Proença também contribuiu na discussão sobre a nova espécie.
“Os resultados da pesquisa foram publicados em julho passado na revista científica Brittonia, publicação do Jardim Botânico de Nova York, um dos mais respeitados do mundo”, informou o JBRJ.
Informações de Agência Brasil
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