Quem acompanha a economia sabe que juros elevados prejudicam o crescimento das empresas e alguns setores sofrem impactos maiores. O varejo e a construção são frequentemente listados como os mais afetados pela alta da Selic porque dependem de forte financiamento e consumo para crescer.
Mas, mesmo com a taxa básica de juros em 10,50% ao ano – e com possibilidade de aumento –, os corretores ainda gostam das ações das construtoras e até recomendam comprá-las.
Prova disso é que a ação Cyrela (CYRE3) foi uma das seis mais recomendadas para agosto em lista elaborada pela InfoMoney com carteiras de nove corretoras. Outras empresas do setor, como Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3), aparecem nessas listas ao lado de bancos e elétricas, empresas consideradas “defensivas” e “seguras” para o momento atual.
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Enquanto isso, o IMOB, índice que mede o desempenho das principais construtoras listadas na B3, acumula alta de mais de 7% nos últimos seis meses, acima do Ibovespa.
Diante disso, o que explica o otimismo com o setor mesmo diante dos juros elevados? Confira abaixo:
1. Minha casa, minha vida
Primeiro, é necessário separar as construtoras de baixa, média e alta renda. Isso é importante para entender que os dois primeiros segmentos (especialmente os de baixa renda) estão em grande parte vinculados ao Minha Casa Minha Vida (MCMV) e constroem projetos que se enquadram no programa para aproveitar a demanda e a facilidade de financiamento.
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E para quem constrói no MCMV, a Selic tem pouco impacto. “É um programa vinculado ao FGTS e tem taxas baixas e com pouquíssima variação em relação à Selic”, explica Pedro Dietrich, analista da Ativa Investimentos.
No dia 9, o Ministério das Cidades atualizou as faixas de renda dos beneficiários do programa. O limite na faixa 1 passou de R$ 2.640 para R$ 2.850, enquanto na faixa 2 passou de R$ 4.400 para R$ 4.700. Por sua vez, a faixa 3 continuou em R$ 8 mil.
Também neste mês, o Conselho Curador do FGTS destinou mais R$ 22 bilhões do orçamento anual do fundo para financiar o programa habitacional. As medidas, portanto, contribuíram para fortalecer a tese de investimento nas construtoras beneficiárias do programa.
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2. Melhores margens
Se o MCMV explica o otimismo em relação às construtoras de baixa e média renda, por que as construtoras de alta renda, como a Cyrela, ainda são bem vistas pelo mercado? A resposta começa pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M). O indicador de inflação do setor está em bom estado, o que tem contribuído para aumentar as margens das empresas.
“Hoje o INCC está estável e as empresas estão conseguindo margens mais significativas”, afirma Felipe Mesquita, analista do BB Investimentos. Ele explica ainda que as construtoras não estão aumentando os gastos com comissões para vender mais: “o movimento de vendas tem sido orgânico, o que também ajuda as margens”.
3. Crédito melhorado
O segmento de alta renda vinha sofrendo com a falta de financiamento. Com o cenário económico cheio de incertezas, os bancos deixaram de conceder crédito.
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“A agressividade no segmento imobiliário ainda não lhes interessa, mas temos visto uma melhora marginal na concessão de crédito a clientes de alta renda”, diz Dietrich.
4. Lição de casa feita
Tendo em conta estes factores que têm ajudado o sector, a avaliação dos especialistas ainda é que as empresas aproveitaram o momento para reduzir o endividamento e aumentar a eficiência das operações, o que fortalece a confiança nos fundamentos das empresas para investimentos de longo prazo.
Mesquita afirma que “o setor da construção tem uma dinâmica específica: o produto das vendas pode demorar até três anos a chegar ao balanço; Percebemos que, mesmo com essa demora no reconhecimento, tivemos empresas com pouco impacto do mau momento pós-pandemia”.
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Quais são os riscos?
Mesmo diante desses fatores positivos, sempre há riscos no radar. Um INCC avançando novamente é o principal temor dos investidores do setor. Se isso acontecer, as margens ficarão novamente sob pressão e eventos positivos (e incomuns), como o pagamento de dividendos da Direcional, não acontecerão mais.
Além disso, o investidor deve ficar atento ao avaliação das empresas: “a maioria das empresas ligadas ao MCMV tem bons preços”, alerta Dietrich, que ainda vê boas oportunidades no setor.
Onde investir?
Olhando onde investir, Ativa e BB-BI têm recomendação de compra para a Direcional. Mesquita, do BB, diz que a ação, atualmente cotada em torno de R$ 29, pode chegar a R$ 33,50 em um ano e elogia a distribuição de dividendos da empresa: “tem retornado capital em um ritmo incomum para o mercado, é um indicador que ativa o radar para outros tipos de investidores”.
Ágora prefere o papel da Cyrela porque vê na empresa “a combinação de uma operação de reconhecida qualidade com a liquidez de suas ações, o que a torna uma das principais alternativas de investimento do setor, em caso de entrada de capital estrangeiro” .
Cury também é elogiado (e recomendado) pelo BB Investimentos. Mesquita lembra que a empresa vem batendo recordes de lançamentos e afirma que “suas operações estão voando”.
O preço-alvo da casa para o papel, que atualmente custa cerca de R$ 23,50, é de R$ 27,50. Mas o especialista considera: “o setor imobiliário é um dos mais voláteis da bolsa, não são empresas defensivas nem adequadas para investidores conservadores”.
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