Segundo o Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) do Instituto Fiscal Independente (IFI), seria necessário um esforço adicional, incluindo aumento de receita e/ou redução de gastos, de R$ 64,8 bilhões para atingir a meta de zerar o défice primário em 2024.
Para a IFI, essa proposta é difícil, mas ainda possível se o governo conseguir acumular R$ 36 bilhões de caixa excedente para pagar juros — o chamado superávit primário — até o mês de dezembro, pelo menos para atingir o limite inferior do alvo.
No 3º bimestre deste ano, o resultado primário atingiu déficit de R$ 61.374,3 milhões, divulgado no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do Tesouro Nacional.
Com isso, no primeiro semestre o governo ainda está longe da meta, com déficit de R$ 43,4 bilhões.
Em meio a tensões relacionadas às preocupações com as contas públicas, em julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo federal bloquearia R$ 11,2 bilhões e contingenciaria R$ 3,8 bilhões do Orçamento deste ano, a fim de garantir o cumprimento do quadro fiscal .
Posteriormente, o governo oficializou o bloqueio de R$ 15 bilhões. Contudo, a medida ainda não foi suficiente para eliminar o receio do mercado. Para a IFI, esse movimento continua aquém do alcance da meta proposta este ano.
“A menos que sejam anunciadas novas contingências sobre as despesas discricionárias do Poder Executivo nas próximas avaliações bimestrais de receitas e despesas, o comportamento das receitas será fundamental para a redução do déficit primário até o final do ano”, indicou o relatório.
Pelas expectativas do BTG Pactual, o segundo semestre pode não começar tão bem quanto o esperado. Em julho, o governo poderá registrar um déficit fiscal de R$ 12,2 bilhões, pressionado pelos gastos com a Previdência Social e com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) com benefícios emitidos pelo governo federal.
Esse resultado está acima da mediana calculada pelo Prisma Fiscal, que acompanha as expectativas do setor privado para as principais variáveis fiscais brasileiras.
Segundo o boletim, a expectativa mediana agora é de saldo primário negativo de R$ 73,5 bilhões em 2024, ante visão anterior de déficit de R$ 81,424 bilhões.
Taxa de juros e taxa de câmbio
A IFI também vê a possibilidade de o Banco Central (BC) reverter o movimento recente dos juros “caso as expectativas cambiais e de inflação não esfriem”.
Na reunião do mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic pela segunda vez consecutiva em 10,50% ao ano, em ata que revela riscos assimétricos para a inflação.
O IFI prevê uma revisão das suas próprias projecções para o crescimento do PIB e a inflação, actualmente em 2% e 4%, respectivamente, com uma ligeira tendência ascendente para ambos.
E uma das razões para este cenário deve-se às pressões geradas pelas condições económicas internas e externas, como a taxa de câmbio persistentemente depreciada, segundo o relatório.
Mesmo com o estresse inicial, houve algum alívio após as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) pudesse começar a cortar as taxas de juros em setembro.
*Sob supervisão de Gabriel Bosa
Compartilhar:
taxa de juros para empréstimo consignado
empréstimo para aposentado sem margem
como fazer empréstimo consignado pelo inss
emprestimos sem margem
taxa de juros empréstimo consignado
consiga empréstimo
refinanciamento emprestimo consignado
simulador empréstimo caixa
valores de emprestimos consignados
empréstimo para funcionários públicos
valores de empréstimo consignado