Em 2023, cerca 12% da população brasileira com 10 anos ou mais de idade não usavam internet — o equivalente a 22,4 milhões de pessoas. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta sexta-feira (15), mostram que 75,5% dessas pessoas estavam sem escolaridade ou com ensino fundamental incompleto e mais da metade do grupo é formado por idosos de 60 anos de idade ou mais.
A pesquisa mostra que Não saber usar a tecnologia é o principal motivo para não acessar a rederazão pela qual 46% dos não usuários de internet, ou seja, cerca de 10,3 milhões. Em segundo lugar, há falta de necessidade de usocom quase 26%. Preço do serviço (15%) e preocupações com privacidade ou segurança (3,3%) também foram motivos citados pelos entrevistados, que relataram o uso de tecnologia nos últimos três meses.
O percentual de usuários de internet vem crescendo desde 2016, ano inicial da série, quando apenas 66,1% da população usava internet. O número cresceu ano após ano e chegou a 88,0%, em 2023, com 164,5 milhões. O A maior expansão no uso da internet ocorreu no Norte do Brasilque saltou de 82,4% para 85,3%.
Embora os idosos sejam o grupo populacional que menos acessa a internet, Gustavo Geaquinto Fontes, analista de pesquisas do IBGE, afirma que o crescimento na proporção de idosos adaptados à tecnologia é significativo. “A internet tem sido cada vez mais importante na sociedade cotidiana. E esta população pode estar parcialmente sendo incentivada a aderir à rede por necessidade”, disse ele. CNN.
Os números indicam que a percentagem de pessoas que não utilizaram a Internet devido à indisponibilidade do serviço de acesso à Internet nos locais que frequentavam foi superior em Região norte (7,6%). Esse motivo também foi visto mais na área área rural (6,4%), em comparação à zona urbana (1,2%).
A análise também considerou a faixa etária dos não usuários e mostrou que, para a população com 60 anos ou mais, o principal motivo foi não saber usar a internet (66,0%), enquanto para as pessoas de 10 a 13 anos (segunda faixa etária entre as pessoas que não usavam internet), os motivos mais frequentes foram falta de necessidade (30,3%) e preocupação com privacidade ou segurança (19,3%). Entre os mais jovens, o motivo mais citado envolve questões económicas. Para a pesquisadora, o perfil mostra que a idade pode indicar dificuldade de integração da tecnologia, bem como da educação da população.
Os dados mostraram que o uso da internet está ligado a instrução e educação dos usuários. Pessoas sem escolaridade (44,4%) tinham uma percentagem de utilização da Internet inferior à dos outros grupos de escolaridade. Os maiores percentuais foram estimados para pessoas com ensino superior incompleto (98,3%) e com ensino superior completo (97,6%).
Brasileiros passam mais tempo na internet
Os números do IBGE mostraram que o A população brasileira está cada vez mais conectada. Entre os fãs de tecnologia, 94,3% utilizavam a internet regularmente todos os dias — um aumento percentual quase absoluto em relação ao ano anterior, quando cerca de 93% da população a utilizava diariamente. Em 2023, 2,3% usavam quase todos os dias e 2,7% usavam de uma a quatro vezes por semana.
Em 2023, o telefone celular (98,8%) foi a principal forma de acesso à internet, seguida pela televisão (49,8%), computador pessoal (34,2%) e tablet (7,6%). Entre 2022 e 2023, registou-se um aumento do número de pessoas que utilizam a televisão para aceder à Internet (com um crescimento de 2,3 pp) e uma redução da utilização de microcomputadores (com uma redução de 1,3%).
Entre o propósito do uso da rede, as conversas por chamadas de voz ou vídeo foram as mais relatadascom 94,6% dos usuários em 2023. A segunda finalidade mais citada para o uso da Internet foi enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagem por meio de outros aplicativos que não o e-mail (91,1%). Em seguida estão assistir a vídeos incluindo programas, séries e filmes (87,6%); utilizam redes sociais (83,5%); ouvir música, rádio ou podcast (82,4%); ler jornais, notícias, livros ou revistas online (69,0%); acessar bancos ou outras instituições financeiras (66,7%); e envio ou recebimento de e-mails (60,5%).
O A utilização da Internet para aceder a bancos ou outras instituições financeiras foi a que mais cresceu no último ano, com aumento de 6,6% e o uso de leitura de jornais, notícias, livros ou revistas, que mais caiu, com redução de 3,3%.
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