A BRF, uma das maiores produtoras de frango e suínos do mundo, reportou nesta quarta-feira (14) lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre, o melhor desempenho para o período em sua história.
A empresa, que vem se beneficiando da forte demanda externa, da abertura de dezenas de novos mercados, das melhorias operacionais e da queda nos preços dos grãos, teve lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,6 bilhões, também o melhor resultado da empresa no período.
A empresa alimentar melhorou a sua rentabilidade pelo sexto trimestre consecutivo, apresentando uma margem de 17,6%, segundo o relatório de resultados.
“Tivemos um desempenho sólido e recorrente, com melhorias em todos os aspectos da empresa, começando pela agricultura, passando pela indústria, pela área comercial”, disse o presidente da BRF, Miguel Gularte, ao comentar os resultados.
A empresa, gigante na exportação de carne suína de frango, abriu 57 novos mercados no primeiro semestre, o que impulsionou as negociações, melhorando as suas margens num mercado global que vê um equilíbrio entre a oferta e a procura, disse o CEO.
Segundo ele, quando isso acontece e a empresa consegue 57 novas habilitações para exportar em um semestre, aparecem resultados positivos.
“No caso da BRF, só neste ano tivemos 57 novas licenças (para exportar) você pode escolher onde vai vender, quando você escolhe onde vai vender não precisa abrir mão de preços”, explicou Gularte.
A empresa citou o desenvolvimento de mercados importantes como Reino Unido, Estados Unidos e países do Sudeste Asiático.
Segundo a empresa, o segmento internacional também apresentou o melhor desempenho histórico, com EBITDA de R$ 1,5 bilhão e margem de 21%.
Segundo o vice-presidente de Finanças e RI da BRF, Fábio Mariano, a empresa também se beneficiou de um processo de desalavancagem, já que realizou uma capitalização bilionária no ano passado.
“Isso fez com que tivéssemos muito menos dívidas e que pagássemos menos despesas com os custos financeiros da dívida”, comentou.
A dívida caiu para R$ 8,9 bilhões, a menor desde 2016, contra R$ 15,3 bilhões ao final do segundo trimestre de 2023. A alavancagem (dívida líquida/Ebitda) atingiu 1,14 vezes, o menor nível dos últimos nove anos.
Grãos e sinergia
O vice-presidente de Mercado Internacional e Planejamento da BRF, Leonardo Dall’Orto, destacou o cenário de maior estabilidade nos preços dos grãos, matéria-prima para ração, que, quando mais caros no passado, impactaram os custos e as margens da empresa.
“Temos um cenário muito mais estável do que vimos nos últimos anos, uma produção global bem equilibrada, com soja e milho, com a Argentina se recuperando, entrando na safra americana, que, se não for recorde, estará muito próxima”, ele disse.
Os executivos afirmaram que o desempenho positivo em todos os mercados também reflete o foco na melhoria operacional. Com o BRF+ 2.0, programa de eficiência da empresa, a BRF consolidou R$ 374 milhões em capturas no trimestre.
“Sob um novo direcionamento estratégico, a BRF incorporou o foco na eficiência ao seu modelo de gestão. Além disso, a BRF tem avançado na troca de melhores práticas com a Marfrig e na busca por sinergias comerciais e oportunidades conjuntas, o que fortalece as empresas juntas”, disse Marcos Molina, presidente da BRF e maior acionista da Marfrig. , acionista majoritário da BRF, em comunicado.
A Marfrig é um dos maiores produtores de carne bovina do mundo.
A geração de caixa livre da BRF no trimestre foi de R$ 1,7 bilhão, mais que o dobro do valor registrado no primeiro trimestre de 2024, informou a empresa em relatório.
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