A Polícia Civil prendeu o miliciano Anderson de Amorim Araújo Júnior, conhecido como Bigode, no Complexo da Maré, zona norte da capital, na noite desta segunda-feira (5). É apontado como chefe da milícia Seropédica, na Baixada Fluminense.
A Justiça já havia expedido dois mandados de prisão temporária relacionados a homicídios cometidos por ele na região. A operação que prendeu Bigode foi realizada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado e Inquéritos Especiais (DRACO), pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e pela Subsecretaria de Inteligência (Ssinte).
Pelas redes sociais, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou que a prisão de Bigode é um grande passo no combate ao crime organizado.
“A Polícia Civil deu um grande passo no combate ao crime organizado com a prisão de “Bigode”, líder da milícia que aterrorizava Seropédica. A operação foi realizada com forte integração entre as forças de segurança e um trabalho exemplar de inteligência. Estamos a aproximar-nos de facções criminosas e a atacar as causas profundas destes grupos, que é o controlo financeiro. Seguiremos firmes em nossa missão de garantir segurança à população do RJ”, escreveu o governador.
Segundo informações do delegado João Valentim, titular da DRACO, Bigode estava entre os criminosos que trocaram tiros com policiais em Seropédica no último domingo (4), quando uma operação conjunta das Polícias Civil e Militar terminou com a morte de dois suspeitos, além da prisão de Brian Leonardo Soares dos Santos, de 26 anos.
Brian já tinha antecedentes criminais por formar uma milícia privada e portar arma de fogo. A operação também apreendeu sete fuzis, cinco veículos roubados com características alteradas, coletes balísticos, vestimentas táticas e materiais típicos de grupos milicianos.
A milícia Bigode também é acusada de vários outros crimes, entre eles o confronto que resultou na morte do estudante da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Bernardo Paraíso, em abril deste ano, e na lesão de duas crianças, 1 e 3 anos, no mesmo dia.
As investigações mostram que milicianos de Chaperó, em Itaguaí, região metropolitana, têm ligação com traficantes da facção TCP, pertencente ao Complexo da Maré. Em troca de apoio e armas, a milícia permite a venda de drogas em Seropédica.
A Polícia Civil acredita que a prisão de Bigode representa um enfraquecimento significativo da milícia de Seropédica.
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