A Bolsa de Valores do Japão abriu em forte alta nos pregões desta terça-feira (5), com o país tendo doze horas a mais no fuso horário em relação ao horário de Brasília. Nikkei ainda tinha um novo disjuntor – mas desta vez por causa da alta. Na véspera, o índice caía mais de 12%, mas subia 7,39% por volta das 9h15 no horário local (21h15 no horário de Brasília).
Outros índices asiáticos também estão a recuperar. O Kospi da Coreia do Sul abriu 4,10% depois de cair 8,77% na segunda-feira. Os futuros americanos seguem o exemplo, com Dow Jones, S&P e Nasdaq ganhando, respectivamente, 0,87%, 1,26% e 1,73%.
Os analistas passaram a segunda-feira falando sobre uma queda exagerada nos ativos de risco do país asiático. No Japão, apesar do declínio, a opinião era que parte do declínio se devia a um efeito cascata, com desencadeadores de paraque os investidores colocam para evitar perdas muito grandes, ativadas durante a recessão.
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“Vemos o que parece ser uma venda forçada por investidores de varejo. Eles parecem estar sofrendo”, disse Takatoshi Itoshima, estrategista da Pictet Asset Management. “Embora seja possível que estejamos atingindo um clímax de vendas no curto prazo, não posso ter certeza.”
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O rápido fortalecimento do iene contribuiu para a queda nas bolsas, uma vez que minou os lucros dos grandes exportadores do Japão. O iene subiu mais de 3% em relação ao dólar ontem, atingindo o seu nível mais alto desde o início de janeiro. Isto aprofundou a dor das famílias que especulam no mercado cambial.
“As pessoas que não têm muita experiência em investimentos podem não ter passado por grandes quebras de mercado como esta, então o choque pode ser muito grande”, disse Masahiro Ichikawa, estrategista-chefe da Sumitomo Mitsui DS Asset Management. “Acho que vai demorar um pouco mais para o mercado se estabilizar depois de quedas tão grandes.”
Estados Unidos longe de uma recessão?
Os temores sobre uma desaceleração na economia norte-americana, após uma folha de pagamento fraca na sexta-feira, também se dissiparam na segunda-feira. Os especialistas consideram que, apesar dos números do mercado de trabalho, a maior economia do mundo continua resiliente.
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“Em geral, quando avaliamos a economia dos Estados Unidos e essa reação do mercado, vemos essa reação como exagerada”, disse Francisco Nobre, economista da XP, na manhã desta segunda-feira.
“Embora os dados relativos ao mercado de trabalho nos Estados Unidos tenham sido mais fracos do que o esperado, mostrando um arrefecimento, não sugerem contracção ou deterioração. Não dá a imagem de recessão e, por isso, achamos que teremos uma reversão parcial do movimento”, completou o economista.
As especulações sobre uma recessão iminente nos EUA na segunda-feira – muitas delas vistas como prematuras – atenuaram o clima de celebração alimentado pelos recentes sinais da Reserva Federal sobre o momento do seu primeiro corte nas taxas. A reavaliação foi tão acentuada que o mercado de trocas ele até atribuiu uma chance de 60% de uma redução emergencial das taxas pelo Fed na semana seguinte. Essas probabilidades diminuíram posteriormente.
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“A economia não está em crise, pelo menos não ainda”, disse Callie Cox, da Ritholtz Wealth Management. “Mas é justo dizer que estamos na zona de perigo. A Fed corre o risco de perder o rumo se não reconhecer melhor as fissuras no mercado de trabalho. Nada está quebrado ainda, mas está quebrando e o Fed corre o risco de ficar para trás.”
(Com Bloomberg)
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