O geólogo Honestino Guimarães, assassinado durante a ditadura militar brasileira, recebeu postumamente o diploma de conclusão de curso, mais de 50 anos após seu desaparecimento.
Foi a primeira vez que a Universidade de Brasília (UnB) concedeu diploma pós-morte – após a morte da pessoa em questão.
Apesar de ter ficado em primeiro lugar no vestibular de geologia da UnB, Guimarães foi expulso da universidade em 1968, antes mesmo de poder concluir a graduação, devido ao seu forte ativismo contra o regime da ditadura militar. Ele liderou vários movimentos estudantis contra o regime.
Onde foi realizada a cerimônia?
A cerimônia foi realizada na capital federal, no auditório da Associação dos Professores da Universidade de Brasília (ADUnB), na última terça-feira (30).
Participaram da entrega familiares, amigos, colegas de classe de Honestino, além de estudantes, professores, políticos e autoridades.
Quem recebeu o diploma?
Um primo e representante de Honestino, Sebastião Lopes Neto, foi quem recebeu o documento.
Quem entregou?
A reitora da UnB, Márcia Abrahão, apresentou o diploma. Ela pediu desculpas à família de Honestino em nome da universidade.
Segundo Abrahão, a entrega “simboliza não só o reconhecimento acadêmico, mas também o compromisso da universidade com a democracia”.
O aluno concluiu o curso?
Não. Foi expulso da universidade antes de concluir a graduação, em 1968, ano em que foi promulgado o Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Sua expulsão foi posteriormente revogada pela instituição.
Onde nasceu o homenageado?
Honestino Guimarães nasceu em 28 de março de 1947, em Itaberaí (GO).
De origem humilde, ficou em primeiro lugar no vestibular de geologia realizado na UnB em 1965.
Como foi sua carreira estudantil?
O estudante iniciou sua militância estudantil no movimento secundário e se filiou à Ação Popular.
Enquanto militante, foi perseguido e preso diversas vezes.
Foi eleito para a presidência do Diretório Acadêmico de Geologia da UnB em 1967, ano de sua primeira prisão. Enquanto esteve detido, também foi escolhido para o cargo de presidente da Federação dos Estudantes Universitários de Brasília (Feub).
Em 1971, foi nomeado presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) da capital fluminense.
Ele vivia escondido?
Sim. Ele viveu escondido dos militares por vários anos.
Por fim, morou no Rio de Janeiro até seu desaparecimento.
Quando ele desapareceu?
Honestino foi visto pela última vez em 10 de outubro de 1973, aos 26 anos.
Seu desaparecimento foi relatado por presos políticos em São Paulo, segundo documento de 1976.
O Estado reconheceu sua morte?
Mais de vinte anos depois, em 1996, a família recebeu a certidão de óbito, emitida pela Justiça do Rio de Janeiro, sem a causa da morte.
O que o governo federal fez a respeito do caso?
Em 2014, durante o governo Dilma Roussef, Honestino Guimarães obteve oficialmente anistia política pós-morte pelo governo federal.
Na altura, o Ministério da Justiça também ordenou a retificação da certidão de óbito para que incluísse “atos de violência praticados pelo Estado” como causa da morte.
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