A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, saiu do esconderijo no sábado (3) para liderar uma manifestação em Caracas, desafiando a ameaça do governo de prendê-la. O sábado foi marcado por protestos em todo o país.
Foi a primeira vez que ela apareceu em público desde terça-feira, em meio a manifestações por todo o país protestando contra o que os líderes da oposição – assim como os EUA e muitas outras nações – dizem ser o roubo das 28 eleições. de julho pelo presidente Nicolás Maduro.
Machado, que foi impedida de concorrer, disse na quinta-feira que passou à clandestinidade por temer por sua vida, após comentários de Maduro de que ela e seu candidato substituto, Edmundo González, deveriam estar “atrás das grades”.
“Foram seis dias de repressão brutal, de tentativas de nos silenciar, assustar ou paralisar”, disse Machado aos apoiantes no comício. “A presença de cada um de vocês aqui mostra ao mundo a magnitude da força e o que significa nos ajudar.”
Machado juntou-se a uma caravana de políticos da oposição quando esta chegou ao bairro Las Mercedes, no leste de Caracas, onde centenas de apoiantes se reuniram com as suas bandeiras. González não se juntou a ela.
Havia grande preocupação de que Machado fosse preso se aparecesse em público, à medida que as tensões aumentavam em todo o país. Na sexta-feira, Maduro afirmou que a oposição estava planejando um ataque com granadas a menos de três quilômetros do local planejado para o protesto.
Enquanto isso, centenas de pessoas em motocicletas lotaram a principal rodovia de Caracas que leva ao centro da cidade em apoio a Maduro, segundo imagens da televisão estatal. Motoristas da área de baixa renda de Petare atravessaram a rodovia, dizendo que defenderiam o governo de Maduro contra o que consideraram fraude por parte da oposição.
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Na sexta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que já havia reconhecido González como vencedor, conversou com ele e Machado. Ele expressou preocupação com a segurança dos dois líderes e “aplaudiu o povo venezuelano pela sua dedicação à democracia face a desafios significativos”.
Os resultados eleitorais detalhados fornecidos pela oposição mostraram que o seu candidato obteve quase 70% dos votos, quase o dobro da percentagem de Maduro. Maduro afirmou ter 51% dos votos, disse a autoridade eleitoral controlada pelo governo.
Observadores eleitorais colombianos disseram na noite de sábado que uma análise baseada no segundo relatório do conselho eleitoral da Venezuela e no banco de dados da oposição mostra González como o vencedor. O grupo apelou ao governo para realizar uma auditoria completa dos votos.
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