Para o Eleições municipais de 2024 ganhou novo impulso com a realização das convenções partidárias, que, até segunda-feira (5), precisarão definir os candidatos que participarão das eleições e selar alianças nos 5,5 mil municípios do país.
Contudo, além das questões locais, espera-se que a polarização política a nível nacional desempenhe um papel importante nas disputas por algumas capitais consideradas estratégicas pelo presidente. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor e adversário, Jair Bolsonaro (PL) − em muitos deles, as estratégias já estão desenhadas.
O impacto da dinâmica política nacional nas disputas locais é tema de debate frequente na ciência política, mas é certo que varia entre os municípios e de acordo com o contexto e a disposição das peças no tabuleiro de Brasília.
A 57ª edição do Barômetro de Potênciapesquisa realizada mensalmente pela InfoMoney com algumas das principais consultorias de risco político e analistas independentes do país, reuniu opiniões de 16 especialistas sobre o peso da polarização nas eleições nas 26 capitais brasileiras. Os resultados observados dão algumas pistas sobre o que esperar até à corrida às urnas nos dias 6 e 27 de Outubro.
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Segundo a pesquisa, realizada entre 29 de julho e 1º de agosto, a capital apontada como mais exposta à polarização entre Lula e Bolsonaro, como era de se esperar, é São Paulo. Maior colégio eleitoral do país, com 11,45 milhões de habitantes, a capital paulista foi escolhida por 93% dos entrevistados. Como havia a possibilidade de indicar mais de uma cidade, a soma dos percentuais ultrapassa 100%.
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Em São Paulo, a disputa é acirrada, com 3 candidatos em empate técnico, segundo a última pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira (30). São eles: o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que busca a reeleição com apoio de Bolsonaro; o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que conta com o apoio de Lula e tem como vice-presidente a ex-prefeita Marta Suplicy (PT); e o apresentador de televisão José Luiz Datena (PSDB), que enfrenta uma disputa interna em seu partido, com alas tucanas defendendo sua saída.
Continuando a lista das capitais potencialmente mais sensíveis à situação política nacional, Porto Alegre (RS) recebeu 53% das menções. A capital gaúcha, normalmente vista como estratégica em nível nacional, ganhou novos contornos desde o desastre climático causado pelas fortes chuvas no sul do país e suas consequências. Lá, o atual prefeito Sebastião Melo (MDB) é apoiado pelo Partido Liberal (PL) de Bolsonaro. Ele enfrentará a deputada federal Maria do Rosário (PT), candidata de Lula nas eleições.
Outra capital influenciada pelo debate nacional é Belo Horizonte (MG), onde o prefeito Fuad Noman (PSD) busca a recondução em uma eleição difícil. Herdeiro do cargo de Alexandre Kalil (Republicanos), ele faz parte do grupo minoritário de titulares que enfrentam dificuldades nas pesquisas e não é visto como favorito no pleito. BH foi apontada por 47% dos analistas políticos como uma capital sensível à polarização nacional.
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A seguir, a lista conta com outros 3 pelotões menos citados conforme expostos por especialistas. Na primeira aparecem Florianópolis (SC), Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ) − cada uma com 20% de menções. Em segundo lugar vêm Belém (PA), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Maceió (AL), Manaus (AM) e Salvador (BA) – todos com 13%. E, por fim, Porto Velho (RO) e Vitória (ES) foram citadas por 7%.
As outras 12 capitais – Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Natal (RN), Palmas (TO), Recife ( PE), Rio Branco (AC), São Luís (MA) e Teresina (PI) – não receberam menção e são vistos como pouco influenciados pela luta entre Lula e Bolsonaro.
“A liderança dos candidatos a prefeito em 60% das 20 capitais em que disputam mostra duas coisas: 1) a importância do fator ‘incumbência’; 2) que, na dimensão municipal, o
a polarização ideológica nacional está longe de ter a relevância que alguns lhe atribuem”, pondera um dos analistas políticos consultados – numa clara indicação de que o assunto está longe de ser consenso entre os especialistas.
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Metodologia
Esta edição de Barômetro de Potência ouvidas 11 instituições – Agora Political Affairs; BMJ Consultores Associados; Controlar Riscos; Risco Político e Estratégia do Dharma; Grupo Eurásia; MCM/LCA Consultores; Consultores Globais da Medley; Patri Políticas Públicas e Assuntos Públicos; Consultoria Prospectiva; Consultoria Integrada de Tendências e Warren Rena.
Além de 5 analistas independentes – Antonio Lavareda (Ipespe); Carlos Melo (Insper); Cláudio Couto (EAESP/FGV); Leonardo Barreto e Thomas Traumann (Traumann Consultoria).
Os questionários são administrados eletronicamente. Conforme previamente acordado com os participantes, os resultados são divulgados apenas de forma agregada, sendo mantido o anonimato das respostas.
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