Um policial civil, suspeito de participar de esquema de fraude em seguros de veículos, foi preso pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) nesta quinta-feira (1).
A prisão foi realizada durante a Operação Lástima, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado junto à 4ª Promotoria de Justiça de Investigações Criminais Especializadas do MPRJ.
A ação cumpre dois mandados de prisão e quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de Niterói, Benfica e Barra do Piraí, todos no Rio de Janeiro. A identidade do policial detido não foi revelada.
A investigação apura os crimes de associação criminosa, fraude no recebimento de valores de seguros, peculato, peculato e inserção de dados falsos no sistema da Polícia Civil.
O alvo é um grupo criminoso formado pelo policial preso, lotado no 24º Distrito Policial (Piedade), um empresário do setor automobilístico e um ex-funcionário de uma empresa prestadora de serviços de veículos. O ex-funcionário já administrou o Pátio Jurídico da Divisão de Roubos e Furtos de Automóveis da Polícia Civil do Rio, segundo investigadores.
A ação também contou com a participação da Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Entenda o esquema
Segundo o MPRJ, os criminosos recrutaram pessoas com dificuldades financeiras para simular o roubo de seus carros. O objetivo era obter indenização das seguradoras por meio de registros falsos de roubo de veículos.
As investigações apontam que o policial preso registrou 173 ocorrências de furto de veículos pela 24ª DP em 2023. Isso significa que, dos 471 casos documentados pela delegacia no ano passado, cerca de 37% foram executados por apenas um policial.
O MPRJ destaca que o suspeito tinha jornada de trabalho de um dia de plantão e três dias de folga (24 horas por 72 horas) e registrava roubos inclusive nas férias.
O órgão revela ainda que a documentação foi realizada sem a presença da suposta vítima, inclusive com assinaturas falsas.
O policial civil foi responsável por intermediar negociações ilegais com proprietários de veículos que queriam fazer “seguros”. A Corregedoria da Polícia Civil já investigou pelo menos quatro denúncias falsas de furtos de automóveis, nas quais os proprietários confessaram todo o esquema fraudulento.
O Ministério Público estadual continua a investigação para identificar a possibilidade de outros policiais participarem do esquema.
Além disso, ainda não se sabe o que é feito com os veículos. Há evidências de que os carros são desmontados ou modificados para serem vendidos em leilões.
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