A situação na Venezuela continua tensa após as eleições realizadas no último domingo (28). O silêncio do governo de Nicolás Maduro relativamente às promessas de transparência eleitoral está a gerar uma preocupação crescente, tanto a nível interno como na comunidade internacional.
O analista internacional da CNN Fernanda Magnotta comentou a crise de instabilidade que se desenrola no país sul-americano. “As forças motrizes que mais chamam a atenção têm a ver com o silêncio do governo Maduro no cumprimento das promessas que foram feitas em relação à transparência das eleições”, afirmou.
Magnotta destacou que o governo venezuelano tem pedido constantemente mais tempo e terceirização de responsabilidades, chegando a sugerir a possibilidade de um golpe, sem, no entanto, responder aos pedidos de transparência como esperado.
Pressão e manifestações internacionais
Vários países da região e de todo o mundo continuam a pressionar por esclarecimentos, o que reforçou a legitimidade dos grupos de oposição.
Organizações independentes como a ONU, o Carter Center e a OEA também manifestaram preocupação com as eleições, corroborando a percepção de que existem irregularidades no processo eleitoral.
As ruas da Venezuela têm sido palco de protestos tanto de apoiantes de Maduro como da oposição, intensificando o que Magnotta chama de “guerra de narrativas”.
O analista destaca a complexidade da situação, alertando para a necessidade de cautela na interpretação dessas manifestações.
“No caso venezuelano ainda existe essa camada de complexidade. Até o protesto, precisamos de tentar decifrar e perceber de onde vem, com que interesse, com que intenção”, explicou, lembrando que o controlo de Maduro sobre o Estado em todas as frentes pode influenciar a percepção da popularidade do governo.
A comunidade internacional permanece em alerta, temendo um possível aumento da violência e das tensões no país.
A falta de transparência no processo eleitoral e a contestação dos resultados pela oposição acrescentam ainda mais incerteza ao futuro político da Venezuela, mantendo o país num estado de instabilidade prolongada.
(Publicação de Raphael Bueno, da CNN Brasil)
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