SÃO PAULO (Reuters) – Após forte queda na sessão anterior, as taxas DI fecharam em alta no Brasil nesta segunda-feira, em dia de expectativa no mercado pela agenda do resto da semana, que traz decisões sobre taxas de juros no Brasil, nos EUA e no Japão.
No final da tarde, a taxa DI (Depósito Interbancário) de janeiro de 2025 — que reflete a política monetária no curtíssimo prazo — estava em 10,73%, ante 10,763% do reajuste anterior. A taxa DI para janeiro de 2026 foi de 11,725%, ante 11,693% do reajuste anterior, enquanto a taxa de janeiro de 2027 foi de 12,005%, ante 11,937%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 foi de 12,19%, ante 12,151%, e o contrato de janeiro de 2033 teve taxa de 12,17%, ante 12,139%.
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As expectativas antes das decisões de política monetária dos bancos centrais do Brasil, dos EUA e do Japão — todas na quarta-feira — permearam os negócios desta segunda-feira.
As taxas DI obtiveram ganhos mais firmes em diferentes momentos da sessão, mas profissionais ouvidos pela Reuters atribuíram isso a fatores técnicos — e não necessariamente à agenda do dia.
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A taxa contratual para janeiro de 2027, por exemplo, atingiu às 12h15 o pico de 12,04%, uma alta de 10 pontos-base em relação ao reajuste do dia anterior, e depois encerrou com alta de 7 pontos-base.
“Não temos fatores específicos que expliquem o movimento atual. Há uma preocupação mais difusa sobre que decisão teremos dos bancos centrais esta semana”, comentou Carlos Lopes, economista do banco BV.
Os agentes do mercado permaneceram “esperando” pela quarta-feira, o que pode trazer gatilhos para maiores mudanças de posições.
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No caso da Reserva Federal, os investidores procurarão a confirmação de que o início do ciclo de redução das taxas de juro ocorrerá efectivamente em Setembro, à medida que o mercado tem vindo a precificar. Na sessão desta segunda-feira, os rendimentos do Tesouro caíram.
A expectativa para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil é manter a taxa básica Selic em 10,50% ao ano, mas os agentes estarão atentos às pistas para as próximas reuniões. Uma das dúvidas é se o conselho conseguirá elevar os juros nos próximos meses —possibilidade que vem ganhando força entre algumas casas.
“Essa possibilidade cresceu, o preço de mercado mostra isso”, confirmou Lopes. “E o BC não foi contra essa percepção, nem a favor dela. O cenário é muito incerto, então não creio que teremos uma comunicação do Copom que feche as portas para a próxima reunião”, acrescentou.
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Perto do fechamento desta segunda-feira, a curva precificou 85% de chance de manter a taxa básica Selic em 10,50% ao ano nesta semana. A probabilidade de um aumento de 25 pontos base era de 15%. Na sexta-feira, os percentuais eram de 80% e 20%, respectivamente. A curva também precifica chances majoritárias de pelo menos uma alta da Selic ainda em 2024, em novembro.
Externamente, destaque também para a decisão do Banco do Japão sobre as taxas de juro, também na quarta-feira, que ganhou importância devido à expectativa de que a instituição possa apertar a sua política monetária.
Nas últimas semanas, a valorização do iene provocou a liquidação das operações de carry trade, valorizando o dólar frente às moedas dos países emergentes — incluindo o real. Dependendo do resultado da reunião do Banco Central Japonês, não está descartada uma nova rodada de ajustes, com impactos na taxa de câmbio e, consequentemente, na curva de juros brasileira.
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“Qualquer sinal do Banco do Japão de uma atitude dura (com a inflação) confirmará a ‘negociação’ que o mercado tem feito. Caso contrário, poderá ser uma forte reversão”, ponderou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado.
No Brasil, os números divulgados no dia não foram favoráveis, o que também contribuiu para o viés positivo da curva a termo.
O Banco Central informou pela manhã que o setor público consolidado registrou déficit primário de 40,873 bilhões de reais em junho. Economistas consultados em pesquisa da Reuters esperavam saldo negativo de 37,9 bilhões de reais.
O Tesouro informou à tarde que a dívida pública federal subiu 2,25% em junho em relação a maio, para 7,068 trilhões de reais.
No relatório Focus, divulgado pela manhã, a mediana das expectativas do mercado para a inflação em 2024 passou de 4,05% para 4,10%. No caso de 2025, passou de 3,90% para 3,96%.
Às 16h42, o rendimento do Tesouro a dez anos – referência global para decisões de investimento – caía 3 pontos base, para 4,171%.
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