Paris — As autoridades francesas prenderam um ativista pertencente a um movimento de ultraesquerda em um local pertencente à operadora ferroviária nacional SNCF, dias depois de ataques de sabotagem paralisarem a rede no início do jogos Olímpicos, disse fonte policial na segunda-feira. O homem foi detido em Oissel, no norte da França, no domingo, e tinha chaves de acesso às instalações técnicas da SNCF, ferramentas e literatura ligada à ultraesquerda, disse a fonte, pedindo anonimato.
O homem foi colocado sob custódia policial para interrogatório em Rouen, principal cidade da região francesa da Normandia.
Entretanto, num novo incidente, as redes de fibra óptica de vários operadores de telecomunicações foram “sabotadas” em seis áreas de França, mas Paris não foi afectada, disse a polícia. Elaine Cobbe, da CBS News, disse que foram afetados os telefones fixos no país, e não os serviços de celular ou de dados.
Indivíduos desconhecidos atacaram na sexta-feira três instalações ferroviárias diferentes em diferentes partes da França, causando dias de caos na rede de alta velocidade enquanto Paris sedia os Jogos Olímpicos de 2024.
Reuters
O ministro do Interior, Gerald Darmanin, disse à televisão France 2 que as autoridades estavam a investigar a teoria de que movimentos de ultra-esquerda estavam por detrás dos ataques, que se assemelhavam muito a um ataque à infra-estrutura ferroviária realizado no ano passado por activistas de extrema-esquerda.
Os serviços franceses “identificaram um certo número de perfis que poderiam ter cometido” os atos de sabotagem, disse ele.
Disse que os “ataques foram intencionais, muito precisos, extremamente bem direcionados”, acrescentando que este era “o modo tradicional de operação da ultraesquerda”.
“A questão é se foram manipulados ou se foi por conta própria”, acrescentou.
Na manhã de segunda-feira, todos os trens de alta velocidade na França finalmente voltaram a funcionar normalmente, depois que os engenheiros ferroviários trabalharam 24 horas por dia para reparar os danos, disse o ministro dos Transportes, Patrice Vergriete.
JEAN-FRANCOIS MONIER/AFP/Getty
O custo da sabotagem “muito provavelmente” ascenderá a milhões de euros, incluindo “perdas comerciais” e “custos de reparação”, disse o ministro à RTL.
Cabos de fibra óptica que passam próximos aos trilhos e garantem a transmissão de informações de segurança aos motoristas, como luzes e pontos de sinalização, foram cortados e incendiados nos ataques a três das principais linhas de alta velocidade do TGV, nas regiões oeste, norte e leste da França.
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