A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, anunciou, nesta quinta-feira (25), no Rio, uma agenda do governo federal com uma série de ações de combate à fome. As medidas terão como foco as mulheres negras.
No evento, Anielle explicou que a atenção especial às mulheres negras se deve à maior vulnerabilidade desta parcela da população. “Nos domicílios chefiados por mulheres negras, 40% são afetados de alguma forma pela fome”, disse o ministro.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a insegurança alimentar grave ocorre quando uma pessoa não tem acesso aos alimentos e passa um dia ou mais sem comer.
O conjunto de ações é uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento, segundo o governo, com R$ 330 milhões em investimentos. A iniciativa está no âmbito do programa Brasil sem Fome, do governo federal.
Confira as principais ações destacadas pelo ministro:
- investimento na formação de gestores e profissionais do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e estudos e pesquisas de dados;
- melhorar os registros de populações tradicionais e específicas, como favelas, periferias quilombolas, terreiros e origem africana;
- promoção de cozinhas solidárias e projetos liderados por mulheres negras.
Rio adere ao programa
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), presente ao evento, formalizou a adesão do estado ao programa Brasil Sem Fome.
Castro afirmou que pretende aumentar o número de restaurantes populares em todo o estado, que atualmente são 12. Esses estabelecimentos oferecem refeições pelo preço de R$ 1.
A adesão não obriga o governo federal a transferir receitas para os estados. Nesse sentido, Castro declarou que apesar do Rio ter um déficit anual de R$ 8,5 bilhões, o estado poderá sair do Mapa da Fome até o final de 2026.
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O ministro do Desenvolvimento, Wellington Dias, disse que o governo tem “obrigação” de localizar pessoas em situação de vulnerabilidade e que tenham direito a programas de assistência social, como Auxílio Gás, Farmácia Popular e Minha Casa, Minha Vida.
Dias explicou que o combate à fome no Brasil é feito de forma articulada entre políticas de complementação alimentar e transferência de renda.
Elogios da ONU
O vice-diretor geral e representante regional da FOA para a América Latina e o Caribe, Mario Lubetkin, elogiou o Brasil no combate à fome.
Ele se baseou no relatório da ONU sobre a Situação da Insegurança Alimentar Mundial, divulgado na última quarta-feira (24), revelando que quase 15 milhões de brasileiros não passarão mais fome em 2023. O país continua, porém, a aparecer no Mapa da Fome do ainda tendo 2,5 milhões de pessoas nesta condição.
Mario Lubetkin considerou a política brasileira de combate à fome “concreta e coesa”. “Muitos milhões voltaram a comer”, enfatizou.
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