O boletim de ocorrência registrado no desaparecimento de um recém-nascido, em Uberlândia, interior de Minas Gerais, mostra que a equipe de segurança do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) identificou uma “atitude suspeita” do neurologista Cláudia Soares Alves, 42 anos. O documento foi elaborado na última terça-feira (23).
A informação foi dada no depoimento de uma das testemunhas, que é segurança do local. A prisão preventiva do médico foi decretada pela Justiça após audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (25).
Mulher saiu do local sem ser revistada
Segundo relato de uma das testemunhas, o neurologista se passou por pediatra plantonista, que deveria dar cobertura a um profissional ausente, e conseguiu entrar na enfermaria neonatal.
No boletim de ocorrência, um segurança relatou que “ele teria perguntado se ela precisava de alguma coisa, momento em que o autor (do crime) teria respondido que ela iria fazer plantão no setor de pediatria naquela data, porém , ao chegar no local teriam me avisado que não precisariam mais e que eu já estava indo embora.”
No entanto, o segurança informou que a segurança “não tem autorização para realizar revistas pessoais às pessoas que entrem nas instalações”. O homem explicou que a médica usava “traje de funcionário, inclusive crachá”, o que levou a profissional a acompanhar a neurologista até sua saída do local.
O delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, Carlos Fernandes, revelou ao CNN ao vivo que o sequestro de um recém-nascido em Uberlândia foi um ato planejado. A mulher preparou uma estrutura completa para receber a criança em sua casa.
Além de desvendar as motivações que levaram Cláudia Soares Alves a sequestrar um filho recém-nascido, a polícia quer também saber se a mulher contou com a ajuda de outras pessoas para cometer este crime.
“Até a questão dessa entrada na maternidade do Hospital das Clínicas”, diz o delegado a respeito das dúvidas que pairam sobre esse caso.
Numa nota a CNN, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) informou que está reforçando os fluxos de acesso ao hospital. Confira na íntegra.
O Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh) continua comprometido com a melhoria dos processos de trabalho, principalmente com controles de acesso. Atualmente, a unidade hospitalar conta com mais de 200 câmeras de circuito interno, monitoramento 24 horas, 38 profissionais de segurança treinados e ronda contínua.
Todos os profissionais, residentes, professores e alunos possuem crachás de identificação, além de protocolos definidos para acesso ao hospital tanto para profissionais, quanto para pacientes e visitantes. O HC informa que está reforçando as orientações quanto aos fluxos de acesso, bem como investindo continuamente em melhorias estruturais e tecnológicas para garantir a segurança de todos e melhor atendimento à população.
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