A vacina recombinante contra herpes zoster foi associada a um risco 17% menor de demência em comparação com a vacina viva atenuada contra herpes zoster nos seis anos após a vacinação. A constatação é de um estudo publicado na revista científica Nature Medicine nesta segunda-feira (25).
A vacina atenuada possui o vírus herpes zoster ativo, mas enfraquecido, enquanto a vacina recombinante é inativada, ou seja, é feita apenas com uma proteína do vírus em combinação com o adjuvante AS01. Em outras palavras, o imunizante recombinante não contém o vírus ativo em sua composição. No Brasil, existem dois tipos de imunizantes para prevenir a doença.
Estudos anteriores mostraram uma ligação entre a vacina viva atenuada e um menor risco de demência. Porém, a maioria desses estudos foi em coortes pequenas, ou seja, realizados com um número pequeno de participantes. Ao mesmo tempo, a vacina atenuada foi descontinuada em alguns países, como os Estados Unidos, em favor da vacina recombinante, que apresenta maior eficácia na prevenção do herpes zoster.
Diante disso, os pesquisadores queriam entender se a vacina recombinante poderia ter os mesmos efeitos na proteção contra a demência. Para fazer isso, eles analisaram dados eletrônicos de saúde dos Estados Unidos de um total de 103.837 pessoas que receberam a primeira dose da vacina contra herpes zoster entre 2017 e 2020, com 95% delas recebendo a vacina recombinante. Eles então compararam os dados encontrados com os resultados de estudos anteriores realizados com a vacina atenuada.
Os pesquisadores descobriram que a vacina recombinante foi associada a um menor risco de demência nos seis anos após a vacinação em comparação com o risco encontrado com a vacina atenuada. Segundo o estudo, a vacina com o vírus inativado leva a mais 17% de tempo vivido sem diagnóstico da doença, o que significa mais 164 dias vividos sem diagnóstico de demência nas pessoas posteriormente afetadas.
Além disso, de acordo com o estudarÓ o efeito protetor foi 9% maior nas mulheres em comparação aos homens. Os autores também observaram que tanto as vacinas vivas atenuadas como as recombinantes parecem proporcionar proteção contra a demência em comparação com duas outras vacinas habitualmente administradas a adultos mais velhos: a vacina Tdap (tétano, difteria e tosse convulsa) e a vacina contra a gripe.
Apesar das descobertas, os pesquisadores destacam que o estudo foi apenas observacional, ou seja, não pode confirmar se a vacina, de fato, previne a demência. Para que essa confirmação seja feita, estudos adicionais precisam ser realizados.
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