O ex-secretário da Receita Federal do Brasil no governo Jair Bolsonaro José Barroso Tostes Neto, foi intimado a prestar depoimento às 15h, desta quinta-feira (25), na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF). ).
Além do ex-secretário, o ex-inspetor da Receita Federal José Pereira de Barros Neto também foi convocado para prestar depoimento nesta quinta-feira. A audiência seria virtual já que o servidor fica no Pará.
Porém, segundo fontes ligadas à investigação, o ex-inspetor pediu para vir pessoalmente a Brasília para prestar esclarecimentos na próxima semana, o que foi acatado pela autoridade policial.
Os investigadores vão apurar se Tostes se reuniu com advogados ou membros do governo de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e se sofreu pressão devido às investigações sobre o filho do presidente em um suposto caso de cisão.
A suspeita é que membros da chamada “Abin paralela”, a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tentaram montar estratégias para bloquear a investigação de funcionários da Receita Federal sobre Flávio Bolsonaro.
Os advogados do atual senador ainda se reuniram com o próprio ex-presidente, Alexandre Ramagem, então diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e membros do governo da época no Palácio do Planalto.
A reunião foi gravada e o áudio foi parar nas mãos dos investigadores após exame de equipamentos eletrônicos apreendidos na Ramagem.
A gravação de agosto de 2020 revela que Jair Bolsonaro falou sobre a possibilidade de advogados se reunirem com o então secretário.
Jair Bolsonaro: Ninguém está pedindo favor aqui. [inaudível] É uma boa ideia conversar com o chefe do IRS. Tostes.”
O sigilo do arquivo foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, este mês.
O que diz Flávio Bolsonaro
Em nota, o senador disse que nunca teve qualquer relação com a Abin e afirmou que a operação visa interferir nas eleições municipais.
“A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, tem apenas o objetivo de prejudicar a candidatura de Alexandre Ramagem a prefeito do Rio de Janeiro”, afirmou o senador.
O que diz Alexandre Ramagem
O ex-diretor-geral da Abin se pronunciou sobre o caso no último dia 12, nas redes sociais. Veja o completo
“Acompanhando as informações da última operação da PF, fica claro que desconsideram os objetivos de uma investigação, apenas para transmitir conclusões e conjecturas superficiais à imprensa. O sistema FirstMile, que outras 30 instituições também adquiriram, parece ter sido deixado de lado.”
“A aquisição foi regular, com parecer da AGU, e nossa administração foi a única a realizar os controles necessários, demitindo servidores e encaminhando possíveis desvios à corregedoria. A PF quer, mas não tem como vincular o uso da ferramenta pela direção geral da Abin.”
“Eles trazem uma lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem que monitorado, mas na realidade não. Eles não estão no FirstMile ou em qualquer interceptação. Estão em conversas de WhatsApp, informações de outras pessoas, impressões pessoais de outras pessoas investigadas, mas nunca em um relatório oficial contrário à legalidade.”
“Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A reclamação foi resolvida exclusivamente em juízo. A PGR não se mostrou favorável às prisões na operação, mas a Justiça desconsiderou a afirmação.
“Há menção em áudio que apenas reforça a defesa do devido processo, do inquérito administrativo, medida prevista em lei para qualquer caso de improbidade funcional.
“Finalmente houve indicação de que serei ouvido na PF, para buscar a devida instrução e desconstrução de toda e qualquer narrativa. No Brasil, uma pré-campanha da nossa oposição nunca será fácil. Seguimos com o objetivo de mudar legitimamente a cidade do Rio de Janeiro para melhor.”
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