O jogo de estreia da seleção israelense de futebol masculino, contra o Mali, nesta quarta-feira (24), passou pelo primeiro grande teste de segurança antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, com torcedores dos dois lados tentando minimizar o contexto político e aproveitar a partida.
A França levou cerca de mil policiais juntamente com a própria equipe de segurança de Israel, a Shin Bet (a agência de segurança do país). Eles isolaram as ruas ao redor do Parc des Princes, no oeste de Paris, e criaram um perímetro de alguns quilômetros ao redor do estádio.
Os Jogos Olímpicos de Paris de 2024 decorrem num contexto de preocupações de segurança e de tensões geopolíticas crescentes, incluindo a guerra de Israel contra o Hamas.
Atletas israelenses estão sendo escoltados por unidades táticas de elite para os eventos, além de receberem proteção 24 horas por dia durante as Olimpíadas, dizem as autoridades.
O jogo do grupo D, que terminou empatado em 1 a 1, foi assistido pelo ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, e pelo presidente israelense, Isaac Herzog. Não houve grandes incidentes, pois os torcedores decidiram deixar a política de lado.
Bandeiras do Mali e de Israel foram vistas em massa no meio da multidão. Antes do jogo, os torcedores estavam interagindo. Dentro do estádio, os torcedores malineses pareciam estar em menor número e cantavam mais alto que os adversários israelenses.
O hino nacional israelense foi vaiado no início, mas os cantos foram abafados. Alguns torcedores tinham bandeiras palestinas.
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Algumas pessoas, no início do jogo, estavam perto do campo vestindo camisetas brancas com “Liberdade para a Palestina” escrito nelas. Depois de alguns minutos, os seguranças intervieram.
“Não me importo com a minoria que não quer Israel aqui”, disse Michael Levy, 50 anos, cujo sobrinho Ethan joga na seleção israelense. Ele afirmou que foi ao estádio para se divertir. “O anti-semitismo é uma doença e não estou aqui para ser a cura.”
Outros torcedores israelenses também disseram querer uma “trégua olímpica”, para esquecer a guerra em Gaza e aproveitar as festividades.
País de maioria muçulmana, o Mali cortou relações com Israel em 1973, após a guerra do Yom Kippur. Ex-colônia francesa, Mali tem uma grande diáspora na França, que veio apoiar a seleção.
(Yves Herman, Juliette Jabkhiro e Layli Foroudi contribuíram para o relatório)
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