Indicado para assumir a Inspetoria-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado da Polícia Federal (PF) José Fernando Moraes Chuy deverá substituir Lidiane Souza dos Santos a partir de 31 de agosto. A escolha ainda precisa ser formalizada.
Chuy é considerado próximo do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.
Ele já chefiou, por um ano, a Comissão Consultiva Especial de Combate à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante a presidência de Moraes da Corte.
Na PF, comandou a Divisão de Doutrina e Treinamento de Inteligência da Diretoria de Inteligência Policial e foi coordenador de Combate ao Terrorismo na mesma diretoria.
Chuy é doutor em Direito e Segurança pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (FD-UNL), em Portugal, e mestre em Ciências Policiais, especialista em Criminologia e Investigação Criminal pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Internas. Segurança em Portugal.
É formado em Direito pela PUC-RS e pós-graduado em Ciências Criminais pela Unisul.
Além de delegado da PF desde 2006, é oficial da reserva do Exército Brasileiro e professor da Academia Nacional de Polícia, onde atua como coordenador da Rede de Pesquisa sobre Terrorismo, Contraterrorismo e Crime Organizado.
Chuy também é autor do livro “Operação Hashtag: A Primeira Condenação de Terroristas Islâmicos na América Latina” e coautor de “Perspectivas sobre o Terrorismo Transnacional Contemporâneo” e “Inteligência e Contrainteligência”.
Caso assuma o cargo, o delegado poderá ser responsável por investigações relacionadas aos alvos da Operação Last Mile, que visa o funcionamento da “Abin paralela”; que funcionaria, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para disseminar notícias falsas e monitorar ilegalmente autoridades e jornalistas.
A nomeação de Chuy ocorreu apenas duas semanas depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, demonstrarem desconfiança com a atual gestão, que ainda tinha mais dois anos de mandato pela frente.
Descontentamento
O nome do delegado para o cargo desagradou alguns profissionais da Abin. O Sindicato dos Profissionais de Inteligência do Estado (Intelis) da Abin emitiu uma nota expressando sua preocupação.
O grupo considera a nomeação “preocupante, injustificada e um descrédito aos funcionários orgânicos da Abin”.
Na Polícia Federal, a nomeação também não foi comemorada. De acordo com a investigação do CNNintegrantes da PF que participam da investigação do chamado “Abin Paralela” criticam a nomeação de Chuy.
*Com informações de Teo Cury e Estadão Conteúdo
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