Várias facções palestinas concordaram em acabar com as suas divisões e fortalecer a unidade palestina assinando a Declaração de Pequim na manhã de terça-feira na China, segundo a mídia estatal chinesa.
A declaração foi assinada na cerimónia de encerramento de um diálogo de reconciliação entre facções realizado em Pequim, de 21 a 23 de julho, informou a emissora estatal CCTV.
Um total de 14 facções palestinas, incluindo os líderes dos grupos rivais Fatah e Hamas, também se reuniram com a mídia, com a presença do ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse o canal de televisão chinês CGTN em uma postagem social.
As facções rivais Hamas e Fatah reuniram-se na China em Abril para discutir os esforços de reconciliação para pôr fim a cerca de 17 anos de disputas.
China pede solução de dois Estados
A China pede a todas as partes envolvidas que implementem as resoluções do Conselho de Segurança sobre o conflito de Gaza e a solução de dois Estados em uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira (22).
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma sessão de emergência para abordar a escalada da situação no Iémen.
A Subsecretária Geral para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, e o Major General Michael Beary (aposentado), Presidente do Comitê de Coordenação da Redistribuição e Chefe da Missão das Nações Unidas para Apoiar o Acordo de Hudaydah (UNMHA), informaram a reunião por videoconferência.
DiCarlo destacou a alarmante escalada das tensões tanto em Hudaydah, no Iémen, como na zona fronteiriça temporária entre o Líbano e Israel. Ela observou que os frágeis ganhos do acordo de cessar-fogo de 2022, mediado pela ONU, estão a ser ofuscados por escaladas regionais, demonstrando a ameaça real da expansão dos conflitos no Médio Oriente.
DiCarlo reiterou a necessidade urgente de um cessar-fogo humanitário em Gaza e da libertação de todos os reféns.
Beary informou o conselho sobre os ataques em Hudaydah, destacando a deterioração da situação de segurança.
Fu Cong, representante permanente da China na ONU, disse que as actuais tensões destacam os efeitos de contágio acelerado do conflito de Gaza, expressando a profunda preocupação da China.
Ele apelou a todas as partes relevantes para que permanecessem calmas e exercessem contenção para evitar uma nova escalada e potencial perda de controlo.
Fu destacou que a contínua deterioração da situação no Médio Oriente e a expansão dos conflitos se devem fundamentalmente ao fracasso na implementação de um cessar-fogo em Gaza.
O enviado chinês apelou a Israel para que implemente plenamente as resoluções relevantes do Conselho de Segurança, cesse imediatamente todas as ações militares em Gaza e pare com a punição coletiva da população de Gaza.
“A questão do Médio Oriente é altamente complexa e sensível, tendo a questão palestiniana no seu cerne. A solução fundamental é implementar plenamente a solução de dois Estados. Estamos preocupados com a contínua erosão dos fundamentos da solução de dois Estados por parte de Israel. O Tribunal Internacional de Justiça emitiu recentemente um parecer consultivo, concluindo que a continuação da ocupação da Palestina por Israel é uma violação do direito internacional e que Israel é obrigado a pôr fim imediatamente à sua ocupação ilegal do território palestiniano”, disse Fu.
Fu reiterou o apoio da China ao rápido estabelecimento de um Estado palestino independente e apelou ao renascimento das perspectivas políticas da solução de dois Estados.
Ele propôs a convocação de uma conferência internacional maior, mais autorizada e eficaz para desenvolver um cronograma e um roteiro para a implementação da solução de dois Estados. Fu expressou a esperança de que a comunidade internacional faça esforços incessantes para promover uma resolução rápida da questão palestiniana e alcançar a paz e a estabilidade duradouras no Médio Oriente.
(Com contribuição de Liz Lee em Pequim)
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