O governo federal prevê que a primeira linha do programa Eco Invest Brasil, que utiliza recursos do Fundo Clima, gere até US$ 20 bilhões (cerca de R$ 110 bilhões) em investimentos verdes no país. A estimativa foi confirmada pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, em entrevista ao CNN.
Com regulamentação publicada este mês, a linha funcionará da seguinte forma: as instituições financeiras montarão portfólios de projetos sustentáveis e os apresentarão ao Ministério da Fazenda; Os selecionados receberão recursos do Fundo a juros baixos, mas em troca terão que captar dinheiro no exterior para complementar o financiamento do projeto.
A ideia do Tesouro é utilizar neste edital entre US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões do Fundo Clima, com juros de 1% ao ano. O restante do dinheiro pode ser captado via mercado de capitais, operação de crédito bancário ou outro método. Este tipo de iniciativa é conhecido como “financiamento misto”.
“É uma forma de promover maior integração das empresas brasileiras com o mercado internacional, atraindo poupança externa para financiar esta agenda de transição ecológica”, disse Ceron.
Serão financiados projetos de industrialização verde, biocombustíveis, recuperação de áreas degradadas, entre outros que se enquadrem na agenda de transformação ecológica implementada pela gestão federal. O governo abriu um prazo de 60 dias para as instituições apresentarem suas carteiras.
O critério de seleção dos projetos é a alavancagem — ou seja, serão escolhidos aqueles que captarem mais recursos no exterior proporcionalmente à demanda do Fundo Climático. O índice mínimo estabelecido pelo edital é “seis”: portanto, se uma instituição solicitasse US$ 100 bilhões ao Fundo, por exemplo, teria que captar US$ 600 bilhões no exterior.
O nível máximo estabelecido é “vinte”, cenário em que, para cada US$ 100 bilhões de recursos do Fundo com juros de 1%, a instituição deverá captar US$ 2 bilhões. Neste exemplo, o dinheiro público representaria cerca de 5% do financiamento do projecto.
O Tesouro projeta que o leilão será em um “médio prazo”, em torno de “dez”, o que representaria, num cenário de utilização de US$ 2 bilhões do Fundo Clima, a geração de US$ 20 bilhões em investimentos verdes no país.
“É um volume significativo, a maior parte viria do exterior. Este financiamento externo complementa a poupança interna e os recursos disponíveis para financiar este ciclo produtivo que visa a transformação ecológica, que é um movimento agressivo e que exigirá muito investimento”, afirmou.
O Fundo Clima, em abril, atingiu R$ 10,4 bilhões, contando com parte dos recursos captados pelo Ministério da Fazenda, em novembro de 2023, a partir da emissão de US$ 2 bilhões em títulos soberanos sustentáveis no mercado internacional.
Novas linhas Eco Invest
A linha de financiamento mista é a primeira de quatro a ser regulamentada no âmbito do Eco Invest Brasil. Segundo Ceron, uma segunda linha, a ser lançada em breve, visa fornecer liquidez às empresas em eventos de estresse cambial, podendo ser especialmente relevante para melhorar a segurança de projetos de infraestrutura.
Uma terceira linha apoiará o mercado de “hedge cambial”, segundo o secretário. Esse mecanismo funciona como uma espécie de seguro, que cobre prejuízos a combinar; Assim, caso o real se desvalorize em determinado percentual, o investidor tem proteção.
A quarta e última linha promoverá estudos e projetos sobre a agenda de transformação ecológica no Brasil. A ideia é apoiar o aumento da qualidade desses projetos, para que tenham mais solidez na hora de buscar suas fontes de financiamento no mercado.
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