A cerca de uma hora de barco de Manaus, pelo Rio Negro, fica o município de Iranduba, onde foi construída a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), que abrange comunidades ribeirinhas da região amazônica.
Com a criação da reserva, as comunidades começaram a se unir para desenvolver atividades locais, incluindo o turismo ecológico de base comunitária. Os moradores de Tumbira são referência em receber hóspedes que desejam vivenciar como é viver no coração da Amazônia, às margens do Rio Negro.
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) atua localmente para desenvolver e capacitar moradores, além de conceder microcréditos para empresas.
Na comunidade Tumbira, a principal fonte de renda é o turismo, que beneficia cerca de 15 famílias. Roberto Brito, fundador da Pousada do Garrido, trabalhou por mais de 20 anos na extração ilegal de madeira.
Com a transformação da área em unidade de conservação de uso sustentável, abandonou a atividade ilegal e criou a Pousada do Garrido.
“Antes eu olhava para a árvore e pensava quanto poderia custar a madeira. Agora acho que essa árvore pode ter 300 anos, hoje vejo vida na floresta”
Roberto Brito, fundador da Pousada do Garrido
A facilidade na logística comunitária acelerou o processo que facilita o turismo local. Os visitantes podem se hospedar e contar com diversas atrações para sua estadia, como observação noturna, mergulho com botos e oficinas de artesanato.
A empresa familiar oferece uma experiência imersiva no modo de vida ribeirinho amazônico para visitantes que chegam de Manaus.
Artesanato
Na comunidade Saracá, a principal fonte de renda dos moradores é o artesanato. O projeto “Formiguinhas do Saracá” envolve mulheres na produção de artesanatos feitos com produtos florestais, como colares, pulseiras e peças decorativas.
Para produzir as peças, o grupo utiliza um espaço onde expõe seus trabalhos aos turistas. Além disso, está em construção uma pousada comunitária para atender os turistas que desejam pernoitar na região.
Eficiência energética
Foram instalados painéis fotovoltaicos para geração de energia solar na comunidade Santa Helena do Ingles; pelo menos 30 famílias são beneficiadas com este projeto.
O sistema é composto por 132 painéis, 54 baterias de lítio e nove inversores híbridos, capazes de gerar energia sem intermitência, ou seja, sem pausas. Devido ao difícil acesso ao local, a distribuição elétrica convencional pode demorar até seis dias para religar a energia elétrica devido às fortes chuvas.
A autonomia e as melhorias nas comunidades são observadas pelos moradores mais antigos do local, vitórias que foram plantadas entre as décadas de 70 e 80 por lideranças comunitárias anteriores, como Dona Raimunda Saracá e Isaías Ferreira, que faziam trabalhos educativos básicos para os ribeirinhos.
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