O Exército israelense afirmou neste sábado (20) que caças atingiram alvos militares Houthi na área portuária de Hodeidah, no Iêmen, neste sábado (20), em resposta a centenas de ataques realizados contra Israel nos últimos meses.
Na sexta-feira (19), um drone de longo alcance de fabricação iraniana atingiu o centro de Tel Aviv, em ataque reivindicado pelos Houthis. Um homem morreu e outros quatro ficaram feridos, disseram os militares e os serviços de emergência israelenses.
Pelo menos 80 pessoas ficaram feridas no ataque de sábado, a maioria com queimaduras graves, depois que instalações petrolíferas e uma usina de energia foram atingidas, disse a Al-Masirah TV, principal canal de notícias administrado pelos Houthi, citando o Ministério da Saúde.
Moradores de Hodeidah disseram à agência de notícias Reuters por telefone que explosões foram ouvidas em toda a cidade durante bombardeios intensivos, e a TV Al-Masirah informou que a defesa civil e os bombeiros estavam tentando apagar incêndios nos tanques de petróleo do porto.
Mohammed Abdulsalam, negociador-chefe do movimento Houthi, relatou no X que “uma brutal agressão israelita teve como alvo edifícios civis, instalações petrolíferas e centrais eléctricas em Hodeidah, com o objectivo de pressionar o Iémen a deixar de apoiar Gaza”.
Ele disse que o ataque “apenas aumentaria a nossa determinação, firmeza e continuidade”.
Israel diz ter atacado instalações de armas
O porta-voz militar de Israel disse que o porto era usado pelos Houthis para receber carregamentos de armas do Irã. Os alvos, que ficam a mais de 1.700 km de Israel, incluíam locais de dupla utilização, como infraestruturas energéticas, segundo a autoridade.
Israel informou os aliados antes do ataque, que os militares disseram ter sido realizado por caças israelenses F-15, e que todos retornaram em segurança.
Autoridades israelenses disseram que a ação ocorre depois de mais de 200 ataques dos Houthis contra Israel.
“O incêndio que arde atualmente em Hodeidah é visto em todo o Médio Oriente e o significado é claro”, disse o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, num comunicado.
“Os Houthis nos atacaram mais de 200 vezes. A primeira vez que feriram um cidadão israelita, nós atacámo-los. E faremos isso onde for necessário”, acrescentou.
Netanyahu pede pressão contra o Irã e grupos
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apelou à comunidade internacional para aumentar a pressão sobre o Irão e os seus representantes – os Houthis, o Hamas e o Hezbollah – e assim ajudar a proteger as rotas comerciais internacionais.
“Quem quiser ver um Médio Oriente estável e seguro precisa de se opor ao eixo do mal do Irão e apoiar a luta de Israel contra o Irão e os seus representantes”, disse Netanyahu.
Irã e Hezbollah condenam o ataque
Entretanto, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanaani, condenou os ataques israelitas e “alertou contra o risco de escalada da tensão e da propagação da guerra na região como resultado do perigoso aventureirismo dos sionistas”, informou a mídia estatal iraniana.
Num comunicado, o Hezbollah também condenou o ataque à área portuária, descrevendo-o como “um passo tolo… que marca uma nova e perigosa fase do extremamente importante confronto em curso”.
Houthis intensificam ataques contra Israel
Os Houthis, que são apoiados pelo Irão, intensificaram os ataques a Israel e a alvos ocidentais, dizendo que estão a agir em solidariedade com os palestinianos.
Eles começaram a atacar navios ocidentais no Mar Vermelho e no Golfo de Aden depois que Israel invadiu a Faixa de Gaza em resposta ao ataque dos combatentes do Hamas ao sul de Israel.
Na ofensiva de 7 de Outubro, o Hamas invadiu cidades israelitas, matando cerca de 1.200 pessoas e levando mais de 250 reféns para Gaza, segundo contagens israelitas.
Desde então, quase 39 mil palestinos foram mortos em ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo autoridades de saúde do território palestino.
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