O mês de Julho é dedicado à conscientização sobre miomas uterinos, iniciativa que visa informar a população sobre essa condição comum, mas que é pouco discutida. Os miomas uterinos são tumores benignos que se formam no útero e podem afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
“Mulheres que têm miomas e que apresentam sintomas correm maior risco de desenvolver sofrimento emocional, depressão e ansiedade, impactando fortemente a qualidade de vida”, afirma Emybleia Meneses, ginecologista e preceptora da residência médica do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe).
Os miomas são constituídos por tecido muscular e conjuntivo e podem variar em tamanho, desde pequenos nódulos até massas volumosas que podem distorcer e até aumentar o tamanho do útero.
Estima-se que até 70% das mulheres desenvolvam miomas em algum momento das suas vidas, embora apenas 30% delas apresentem sintomas, que estão relacionados com o tamanho e localização do mioma.
“Eles podem causar sangramento menstrual excessivo — causando anemia —, desconforto social e sexual, aumento volumétrico, abortos espontâneos, infertilidade, cólicas e até obstruções de órgãos próximos ao útero, como intestino, bexiga, e podem causar hidronefrose — dilatação do ureter , doença renal pélvica e até insuficiência renal”, explica Lívia Daia, ginecologista, obstetra e mastologista.
A origem dos miomas ainda é desconhecida pelos médicos, mas seu aparecimento pode ter influência genética e estar relacionado à estimulação hormonal durante a idade fértil. Os fatores de risco para o desenvolvimento de miomas incluem a idade, sendo mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos, histórico familiar, obesidade e fatores hormonais.
O diagnóstico geralmente é feito por meio de exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética.
Tratamento
As opções de tratamento variam desde observação e manejo sintomático até intervenções cirúrgicas como miomectomia (remoção dos miomas) ou, em casos mais graves, histerectomia (remoção do útero).
Recentemente, tratamentos menos invasivos, como as terapias hormonais, têm oferecido novas opções para quem deseja preservar a fertilidade ou evitar cirurgias.
“O tratamento deve ser adaptado ao tamanho e localização dos miomas, à idade da paciente, aos sintomas, ao desejo de manter a fertilidade e à experiência do médico. A terapia pode variar desde o uso de medicamentos para controlar o sangramento e a dor até a necessidade de cirurgia. Atualmente, cirurgias minimamente invasivas, como laparoscopia, histeroscopia e robótica, proporcionam uma recuperação mais rápida”, acrescenta Meneses.
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