Mais notícias positivas para a Embraer (EMBR3), cuja ação é de longe a que mais sobe no Ibovespa, com valorização de cerca de 90% no ano. Nesta sexta-feira (19), as ações EMBR3 fecharam com ganhos de 1,14%, a R$ 41,52, fechando em alta, embora longe das altas após saltar 5,51% (R$ 43,31) mais cedo.
O pico de ações do pregão ocorreu no final da manhã desta sexta-feira, após o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmar que a Embraer vai anunciar uma grande exportação de aeronaves, acrescentando que a empresa vive seu melhor tempo.
O comentário de Alckmin, feito durante o anúncio de investimentos em obras rodoviárias ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São José dos Campos, ocorreu no mesmo dia em que Lula terá reunião com o presidente executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, e irá participar da cerimônia de anúncio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as exportações da empresa. Alckmin não deu detalhes sobre o anúncio da Embraer.
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O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse que o banco de fomento aprovará no dia 1º de agosto uma nova leva de recursos para financiar as exportações de aviões da Embraer. Mercadante afirmou, em discurso durante anúncio de financiamento do BNDES para exportação de 32 jatos da Embraer para a American Airlines, que os investidores podem confiar na valorização das ações da empresa porque a Embraer “vai entregar muitos aviões”.
No mesmo evento, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que o governo trabalha para “mais que dobrar” a participação das aeronaves da Embraer no mercado brasileiro. Segundo ele, não faz sentido que a participação da Embraer no mercado do país seja de apenas 12%.
Mais especificamente, a fabricante de jatos divulgou na última quinta-feira (18) seus dados operacionais do segundo trimestre de 2024 (2T24), com destaque para o crescimento da carteira de pedidos firmes (backlog), que atingiu o maior nível em sete anos.
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O Itaú BBA avalia que a carteira de pedidos de US$ 21,1 bilhões indica que a sólida tendência operacional permanece, com demanda saudável em todos os setores.
Por outro lado, o BBA comenta que as entregas nas divisões comercial e executiva ficaram abaixo das suas expectativas. Para atingir o limite inferior das projeções para o ano, a empresa deve ver as entregas comerciais e executivas acelerando 15% e 5% no segundo semestre de 2024, respectivamente.
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O Itaú BBA reitera sua recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente a compra) e preço-alvo de US$ 36 por ADR Embraer ERJ (recibo de ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York).
O Bradesco BBI, por sua vez, avalia que a Embraer reportou um sólido número de entregas nas divisões comercial e executiva de 46 aeronaves no 2T24, duas unidades abaixo do consenso e cinco acima da estimativa.
Analistas do BBI explicam que essas entregas representaram 22% das entregas estimadas para 2024, o que está em linha com a média histórica dos últimos 5 anos, confirmando que a Embraer está no caminho certo para atingir seu guidance para o ano de 72 a 80 aeronaves comerciais e 125 para 135 jatos comerciais.
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No segmento de defesa, o BBI destaca que a Embraer entregou uma unidade C-390 Millennium à Força Aérea Portuguesa (FAP), e deverá continuar a expandir a sua base de clientes. O banco destaca que alguns anúncios como Holanda, Áustria e República Tcheca selecionaram o C-390, mas esses pedidos ainda não foram incluídos na carteira. Na avaliação do BBI, isso poderia adicionar mais cerca de US$ 1,1 bilhão ao backlog do 2T24, que ficou em US$ 21,1 bilhões.
De acordo com o BBI, a empresa tem a oportunidade de anunciar adicionalmente pedidos firmes durante o Farnborough Airshow na próxima semana. Na opinião do BBI, a fabricante poderia anunciar cerca de 20 jatos comerciais, enquanto os analistas apontam para cerca de 12 unidades, em média.
Por fim, o BBI mantém recomendação de compra e preço alvo de R$ 52,00 para o final de 2024.
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O JPMorgan comenta que as entregas ficaram aproximadamente em linha com as expectativas, com 47 aeronaves (19 comerciais / 27 executivas / 1 C-390).
A carteira de pedidos manteve-se em relação ao trimestre anterior em US$ 21,1 bilhões, ainda no maior nível desde 2016.
O JPMorgan projeta que o total de entregas e sua composição deve resultar em receita de US$ 1,375 bilhão no 2T24, 3% abaixo dos US$ 1,419 bilhão previstos pelo banco, mas em linha com o consenso de US$ 1,374 bilhão.
A Embraer divulgará os resultados do 2T24 no dia 8 de agosto, antes da abertura do mercado, com a conferência acontecendo no mesmo dia. O banco prevê que a Embraer seja negociada a 6,6 vezes o Firm Value (EV)/Ebitda em 2025, contra 18 vezes a Boeing, 9,0x a AAR Corp.
O Santander classifica os números como majoritariamente neutros, tendo em vista que os melhores resultados nas entregas da aviação comercial acabaram ofuscados pelas mornas entregas de jatos executivos.
Além disso, o Santander avalia que os números estáveis da carteira de pedidos da empresa eram amplamente esperados. Na Defesa e Segurança, o banco continua otimista em relação ao principal item de defesa da empresa — o cargueiro C-390 Millennium — e destaca que a Embraer entregou o segundo C-390 encomendado pela Força Aérea Portuguesa (de um total de cinco jatos encomendados).
O Santander reitera classificação de compra equivalente e preço-alvo de US$ 37 por ADR.
O comunicado de entrega chega dias antes da feira de aviação de Farnborough, na Inglaterra, que acontecerá entre os dias 22 e 26 de julho. Os bancos têm opiniões diferentes sobre o possível impacto do evento nas ações, dado o potencial anúncio de novas encomendas nos segmentos comercial e de defesa, mas também pelo facto de os ativos já terem precificado possíveis encomendas.
Nesta sexta-feira, o presidente executivo da Embraer, Francisco Gomes Neto, informou que espera trazer da feira de aviação de Farnborough, na Inglaterra, novidades relacionadas às suas aeronaves C-390, o eVTOL, da subsidiária Eve, aos jatos E2 e também a sua área de serviço. O executivo acrescentou que vê uma oportunidade única de estimular a aviação regional com a regulamentação da reforma tributária.
(com Reuters)
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