O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) afirmou, nesta terça-feira (16), que não deve ser preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol), falecida em 2018. Ele é acusado de ser um dos mandantes do o crime .
A afirmação do parlamentar foi feita em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, onde é alvo de uma ação que solicita a cassação de seu mandato. O relator do processo é o deputado Jack Rocha (PT-ES).
Também são alvos das investigações do crime Domingos Brazão, irmão de Chiquinho e conselheiro no Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do Rio.
Chiquinho Brazão afirmou ser “vítima” de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco, e disse que nunca teve contato com ele. Em denúncia à Polícia Federal, Lessa apontou os Brazãos como mandantes do crime.
“Continuo afirmando que sou inocente. Não estou envolvido em nada. Como disse, somos vítimas de uma acusação de um arguido confesso para obter benefícios. Não conhecemos esse indivíduo e provavelmente ele está protegendo alguém”, disse Chiquinho.
Questionado sobre quem Ronnie Lessa defenderia, Brazão disse que não sabia. “Não tenho ideia. Essas são as perguntas que queremos saber, além da família da Marielle. Espero que quem sabe de tudo, que o nosso Deus maravilhoso, mostre a verdade, com certeza”, afirmou.
Relacionamento com Marielle
Questionado sobre sua relação com Marielle Franco, Chiquinho Brazão disse ter tido um contato “maravilhoso” com a vereadora.
“A relação com Marielle, por incrível que pareça, não era boa, era maravilhosa. Não estou falando apenas em minha defesa. Ela ia lá para a gente conversar, conversar. Quando ela falou, muitas vezes, ela falou comigo. Minha relação sempre foi perfeita”, disse o deputado.
Durante seu depoimento, Brazão afirmou ainda que sempre se deu muito bem com partidos de esquerda e que as divergências no parlamento são “saudáveis”. Ele também afirmou que Marielle poderia vê-lo como “um pai”.
“Não sei se ela me via como um pai, não sei, como uma pessoa muito mais velha. Ela tem mais ou menos a idade da minha filha Verônica. Nunca tivemos problemas”, disse ela.
Outros depoimentos
Além de Chiquinho, Domingos Brazão também prestou esta tarde uma declaração ao Conselho de Ética. Ele disse que espera ser absolvido das acusações. Durante o depoimento, Domingos chorou e afirmou que perdeu 20 quilos desde que foi preso.
“Confio na Justiça de Deus, confio no Supremo, confio na seriedade dos ministros. Confio que seremos absolvidos. Esse sofrimento vai ficar por conta”, disse Domingos, que chegou a chorar durante a audiência.
Domingos está detido na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia, e participou do depoimento por videoconferência.
Outras duas audiências também foram realizadas nesta terça. Aos depoentes, o relator Jack Rocha fez uma série de perguntas sobre regularização fundiária.
Isso porque investigações da Polícia Federal apontam que uma das motivações do crime foi a oposição de Marielle a um projeto de Chiquinho Brazão que envolvia a regularização fundiária para supostamente beneficiar milícias.
Durante seu depoimento, Thiago Kwiatkowski Ribeiro, vice-presidente do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro e ex-vereador, afirmou que o tribunal nunca tratou de regularização fundiária desde o início de sua gestão.
Carlos Alberto Cupello, ex-deputado estadual, disse que a morte de Marielle foi “chocante”. Ele afirmou ainda que não vê, na região onde ela mora e onde atua politicamente, relação entre regularização fundiária e milícias.
Audiências esvaziadas
As audiências dos irmãos Brazão aconteceram na semana anterior ao recesso parlamentar, quando poucos deputados estão em Brasília. Apenas dois parlamentares participaram dos depoimentos: Ana Paula Lima (PT-SC) e Chico Alencar (PSOL-RJ).
Questionado sobre o esvaziamento das sessões, o relator Jack Rocha afirmou que a situação não deve impactar na decisão final do Conselho de Ética.
“Participaram deputados que têm interesse em se aprofundar um pouco mais no assunto. O relatório será analisado por 513 deputados, e eu também estou incluído neste procedimento. Não é membro do Conselho de Ética. O Conselho tem uma posição que pode ir ao plenário ou não”, disse Jack Rocha,
Próximos passos
Após as audiências, Jack Rocha divulgará parecer sobre as investigações. O relatório será votado no Conselho de Ética e deverá ser divulgado em agosto, após o recesso parlamentar.
Caso o resultado seja suspensão ou perda de mandato, caberá ao plenário da Câmara aprovar a decisão do Conselho de Ética. Para que o mandato seja cassado são necessários pelo menos 257 votos favoráveis no plenário.
Compartilhar:
bmg consultar proposta
banco bmg brasilia
bmg aracaju
emprestimos funcionarios publicos
qual o numero do banco bmg
simulador empréstimo consignado servidor público federal
whatsapp do bmg
telefone bmg 0800
rj emprestimos
melhor emprestimo consignado
simulador emprestimo funcionario publico
consignado publico