O governo federal assinará, nos próximos dias, acordo para aquisição do imóvel em Petrópolis (RJ) onde funcionou a “Casa da Morte” durante a ditadura militar (1964-1985).
O local — um centro clandestino de tortura e assassinato de presos políticos — será transformado num memorial em homenagem às vítimas do regime.
A informação foi dada pelo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, à edição do Entrevistas CNN que vai ao ar neste fim de semana.
Ele afirmou que a medida vem na esteira de outras iniciativas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para retomar políticas de memória e verdade.
Para Almeida, a Comissão de Mortos e Desaparecidos —recentemente reativada por Lula— “volta fortalecida” e com apoio dos próprios militares.
“Não é pouca coisa ouvir o comandante do Exército [general Tomás Paiva] falando sobre a importância da comissão e usando argumentos de direitos humanos”, afirmou.
“Ele disse assim: ‘é dever do Estado brasileiro buscar [os restos mortais ou a confirmação dos assassinatos]mesmo que você não pense”, acrescentou Almeida, relatando uma conversa com o chefe da força.
O ministro disse que as negociações para reativar a comissão começaram no início de 2023, mas que Lula aguardava “o momento certo” para fazer o anúncio.
“Nunca tive dúvidas de que ele iria reativar. Preparamos todos os documentos e tudo o que é necessário para que, no momento oportuno, ele tome a decisão.”
Almeida minimizou o veto de Lula à realização de cerimônia em comemoração aos 60 anos do golpe militar, no dia 31 de março. “Tínhamos um cronograma, íamos fazer, mas o presidente fez o que achou mais correto na época. Há um clima de conflito no país”, explicou.
“A extrema direita, por exemplo, vê a reativação da Comissão de Mortos e Desaparecidos como uma afronta. Dependendo de quando isso fosse feito, se tornaria uma avalanche.”
Para o Entrevistas CNN, o ministro dos Direitos Humanos afirmou que, diferentemente do que ocorreu durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), “não haverá interrupção das políticas de memória da verdade” no governo Lula. A reforma da “Casa da Morte” surge nesse contexto, segundo ele.
O que é a “Casa da Morte”
Localizada na região de Caxambu, em Petrópolis, a “Casa da Morte” era um centro clandestino mantido na década de 1970 pelo Centro de Informações do Exército (CIE). Segundo dados da Comissão da Verdade, os militares locais foram pressionados a se tornarem informantes disfarçados.
A ideia é que o espaço conscientize as novas gerações para não repetir crimes contra o Estado. “A ditadura foi uma vergonha para o país, inclusive do ponto de vista econômico. Muito do que devemos hoje é resultado do autoritarismo, quando houve uma interrupção no desenvolvimento.”
Almeida prepara um memorial nos moldes do Museu Sítio da Memória, em Buenos Aires, localizado na Escola Superior de Mecânica da Armada (Esma), onde funcionou o centro mais violento da ditadura argentina. Estuda também uma parceria com o Museo de la Memoria y los Derechos Humanos, de Santiago, sobre a ditadura chilena.
Compartilhar:
bmg consultar proposta
banco bmg brasilia
bmg aracaju
emprestimos funcionarios publicos
qual o numero do banco bmg
simulador empréstimo consignado servidor público federal
whatsapp do bmg
telefone bmg 0800
rj emprestimos
melhor emprestimo consignado
simulador emprestimo funcionario publico
consignado publico