A cantora funk Rebecca comemorou a criação do Dia Nacional do Funk, comemorado nesta sexta-feira (12), refletiu sobre a história do gênero e apontou a censura como o principal obstáculo para quem quer seguir carreira nesse universo musical.
Em entrevista com CNNa carioca reclamou do fato dos funkeiros continuarem sofrendo com o preconceito que acompanha quem vem da favela e afirmou sentir que as portas não estão todas abertas para o gênero.
“A censura está muito presente desde o início, não só na música, mas em lugares, revistas, premiações. As pessoas acham que por serem do funk, por virem da favela, as pessoas vão ser burras, não vão saber falar, as pessoas não vão saber sair e chegar em determinados lugares”, declarou a voz do “Ao Som do 150” e “Barbie”.
Para Rebeca, a aprovação no Senado do Projeto de Lei (PL) nº 2.229, que determina a criação do Dia Nacional do Funk, é um movimento que vai contra essa censura e busca valorizar o universo. O PL, de autoria do ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha, que na época era deputado federal por São Paulo, passou pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara Alta do Congresso Nacional e agora segue para sanção presidencial.
“[É] sinal de que estamos trilhando um caminho tão brilhante com a história do funk, com as pessoas que passaram pelo funk e não estão mais aqui. Isso é uma vitória não só minha, mas de todos os fãs de funk, de todos os fãs que amam funk, né? É um ritmo que tem muito preconceito, que as pessoas ainda veem pelo lado negativo, mas estamos lá para provar o contrário fazendo todo mundo sentir o calor.”
“Feliz e esquecendo os problemas, esse é o objetivo de fazer funk”, defendeu o cantor, que se apresentará no Rock in Rio a convite da Funk Orquestra, ao lado de MC Daniel.
Ela celebrará o Dia Nacional do Funk fazendo um show no Rio de Janeiro, berço do ritmo no Brasil. Foi lá que aconteceu o Baile da Pesada, festa precursora da popularização do gênero no país e cuja primeira edição foi em 12 de julho de 1970. Rebecca cantará no Portal Club, boate do bairro da Lapa, localizada na região central da capital fluminense.
A cantora carioca, que começou a carreira como dançarina da Acadêmicos do Salgueiro e brilhou ao receber um presente de Ludmilla, se prepara para lançar seu primeiro álbum de estúdio. “Piça Nova”, lançado em junho, foi o primeiro single do projeto; o segundo será “Do Jeito Que Eu Quero”, que contará com MC GW e Os Quebradeiras e chega às plataformas de música no dia 26 de julho.
O álbum ainda não tem data de lançamento confirmada, mas Rebecca disse CNN que o público poderá vê-lo em agosto. A proposta é seguir a linha do “proibidão”, vertente do gênero que acompanha desde sua estreia com “Cai de Boca” e consagrada por suas referências, como Valesca Popozuda e Deize Tigrona.
“Coloquei toda a minha dedicação neste álbum. Demorei 2 anos para fazer isso e acho que já era hora das coisas se organizarem, da minha vida se recompor para que, na hora certa, eu estivesse preparado para o sucesso que está por vir”, finalizou.
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