O Sindicato dos Profissionais de Inteligência do Estado (Intelis) da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou, nesta quinta-feira (11), que as investigações sobre espionagem ilegal realizadas com os sistemas da agência mostram a necessidade de “modernização” na legislação do órgão, o que, segundo a entidade, poderia evitar novas crises.
Segundo a instituição, até que ocorra a modernização da agência, “crises ocorrerão e atores externos continuarão a destruir a imagem e as capacidades do serviço de inteligência essencial”.
Em nota, a Intelis afirmou que os acusados de fazer parte da chamada “Abin Paralela” representam “pessoas fora das carreiras de inteligência incluídas no órgão para agir de forma não republicana” na época do governo Jair Bolsonaro.
Pela manhã, a PF deu início a uma nova fase da investigação que apura a existência de esquema ilegal de espionagem dentro do órgão. A polícia cumpriu cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão.
O objetivo da operação é investigar uma organização criminosa responsável por monitorar ilegalmente autoridades públicas e produzir notícias falsas utilizando sistemas da Abin.
Leia abaixo a íntegra da nota da Intelis, instituição que representa os colaboradores de carreira da Abin:
Nota Intelis
A quarta fase da “Operação Last Mile” lançada hoje confirma, mais uma vez, o que a Intelis tem repetidamente destacado para a sociedade brasileira: apesar de vincular erroneamente o nome da Abin a uma estrutura paralela ao Estado, o que os fatos revelam são pessoas externas às carreiras de Inteligência inseridas em o corpo a agir de uma
não republicano.
Lamentamos profundamente a repetição cíclica de episódios que mancham a imagem do aparelho fundamental de Inteligência do Estado por parte de agentes externos, que depois abandonam os seus cargos e deixam o peso das suas acções aos servidores orgânicos. Esperamos que os responsáveis paguem pelos seus erros.
A Abin completará 25 anos em dezembro deste ano e, enquanto a sociedade e seus representantes não se concentrarem na legislação necessária para modernizar o órgão, as crises se sucederão e os atores externos continuarão destruindo a imagem e as capacidades do essencial. Serviço Republicano de Inteligência do Brasil. Esperamos que não seja desperdiçada mais uma oportunidade de modernização e valorização dos funcionários da Inteligência do Estado em favor da nossa Democracia.
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