O regulamento da reforma tributária, cujo texto-base foi aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (10), traz mais detalhes sobre o sistema de “cashback”, mecanismo de devolução de impostos aos mais pobres.
Confira os níveis de reembolso:
- Botijão de gás (13kg): 100% do CBS (novo imposto federal) e 20% do IBS (novo imposto subnacional)
- Energia elétrica: 100% da CBS e 20% da IBS
- Água e esgoto e gás natural: 100% da CBS e 20% da IBS
- Outros itens, exceto aqueles da lista “imposto sobre o pecado”: 20% CBS e 20% IBS
Cada ente federativo — União, estados e municípios — poderá definir percentuais maiores de restituição da sua parcela do imposto e diferenciações com base na renda familiar. Esta regra simplesmente não se aplica a cilindros de gás.
Quem pode se beneficiar?
Podem se beneficiar do cashback os responsáveis por família cadastrada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) com renda familiar mensal per capita declarada de até meio salário mínimo.
Quem recebe a restituição do imposto precisa residir em território nacional e ter CPF ativo, mas o mecanismo envolve compras de todos os familiares com CPF.
Como o imposto será reembolsado?
Uma regulamentação posterior definirá a forma de cálculo e devolução do imposto, mas algumas possibilidades já foram discutidas publicamente pela equipe econômica do governo federal.
No caso das devoluções de água, luz e gás canalizado, está a ser estudada a possibilidade de o cashback ser incluído na fatura a pagar pela família. Quando se trata de itens adquiridos, a devolução é avaliada no caixa.
Também foi discutida a possibilidade de criação de um cartão exclusivo para cashback. As regras para cashback serão válidas a partir de janeiro de 2027 para CBS e a partir de 2029 para IBS.
Texto base aprovado
Ontem, a Câmara dos Deputados aprovou o primeiro texto-base do regulamento da reforma tributária, com 336 votos a favor, 142 contra e duas abstenções.
Confira as principais mudanças no projeto que segue para o Senado.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para a reforma tributária sobre bens e serviços foi aprovada pelo Congresso no final do ano passado, após inúmeras tentativas nos últimos 30 dias para tentar desatar o nó tributário que atualmente pesa sobre cidadãos e empresas . A fase atual é regulamentar o que foi aprovado anteriormente.
O governo ainda apresentará ao Congresso uma proposta para alterar a tributação de renda e patrimônio.
Remodelação
A reforma foi aprovada e promulgada pelo Congresso no ano passado, mas ainda depende de regulamentação. A maior parte das mudanças começa a ser implementada gradualmente a partir de 2026 com efeitos em 2027.
Este ano, duas propostas regulatórias foram enviadas pelo governo ao Congresso. O primeiro projeto foi o votado pelos deputados nesta quarta. A segunda trata do Comitê Gestor que administrará o IBS e a distribuição de receitas entre estados, Distrito Federal e municípios.
Esta outra proposta já teve relatório apresentado pelo grupo de trabalho que a analisou, mas ainda precisa ser votada em plenário.
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