Se a situação atual da seleção brasileira deixa alguém frustrado, o dia 8 de julho de 2014 ficou para sempre marcado negativamente na memória dos torcedores brasileiros. Em partida válida pelas semifinais da Copa do Mundo, a seleção brasileira foi massacrada pela Alemanha após ser eliminada da competição com contundente derrota por 7 a 1. O confronto histórico e humilhante completa dez anos nesta segunda-feira e será lembrado por Gazeta Esportiva.
O “antes” do desastre
Para a Copa do Mundo realizada em solo tupiniquim, o Brasil veio embalado e com moral. Um ano antes, a seleção brasileira havia conquistado a Copa das Confederações no Maracanã, com vitórias sobre Itália e Uruguai durante a competição e triunfo por 3 a 0 sobre a Espanha, então campeã mundial, na final do torneio.
Para deixar os torcedores brasileiros ainda mais animados, o comandante do Brasil foi Luiz Felipe Scolari, conhecido como Felipão, técnico responsável pela seleção pentacampeã da Copa do Mundo disputada no Japão e na Coreia do Sul em 2002.
No primeiro jogo da Copa do Mundo de 2014, o Brasil ficou atrás no placar com um gol contra de Marcelo, mas conseguiu virar a situação e derrotou a Croácia por 3 a 1 na Arena Corinthians. No duelo seguinte, o goleiro Ochoa fez grande atuação, fazendo pelo menos três grandes defesas, e evitou o 0 a 0 da Seleção Canarinho com o México, no Castelão. Na última partida da fase de grupos, Neymar liderou a vitória por 4 a 1 sobre Camarões, no Mané Garrincha, garantindo a vaga na próxima fase.
Nas oitavas de final, o maior susto de Felipão até o momento. Depois de um 1 a 1 disputado no tempo normal, o Brasil foi para a prorrogação contra o Chile e só não foi eliminado porque o chute do atacante Mauricio Pinilla, nos minutos finais da partida, parou na trave. Nos pênaltis, a seleção brasileira venceu por 3 a 2 e saiu do Mineirão classificado.
Nas quartas de final, o Brasil fez sua melhor partida no torneio e derrotou a Colômbia por 2 a 1, graças a uma bela cobrança de falta do zagueiro David Luiz. Apesar da vitória, a torcida deixou o Castelão preocupado com a lesão de Neymar, que fraturou a terceira vértebra lombar após violenta entrada de Zuñiga, deixando-o de fora do restante da Copa do Mundo.
O 7 para 1
Para a semifinal contra a Alemanha, Felipão substituiu Bernard no lugar de Neymar e começou com uma tática ofensiva. Nos primeiros minutos da partida, o Brasil parecia estar em boa posição, mas a situação mudou completamente. Aos dez minutos de jogo, Muller aproveitou escanteio cobrado por Toni Kroos e, livre dentro da área, chutou de pé direito para abrir o placar.
O segundo gol alemão foi de Klose, aos 22 minutos. Ao marcar, o atacante não só deixou a Seleção desorganizada como também ultrapassou Ronaldo como o maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 16 gols. A partir daí foi uma chuva de gols para o goleiro Júlio César.
Kroos, duas vezes, e Khedira ampliaram para a Alemanha no primeiro tempo. O Brasil sofreu quatro gols em seis minutos e foi para o intervalo perdendo por 5 a 0. No segundo tempo, Schurrle marcou os dois últimos gols do time que se tornaria tetracampeão mundial, para tristeza dos presentes no Mineirão. O gol de honra brasileiro foi de Oscar, aos 44 minutos.
Assim que o árbitro Marco Rodríguez apitou pela última vez, os jogadores da Seleção começaram a chorar. David Luiz, que se tornou um dos “vilões” do constrangimento, teve que ser acalmado pelo capitão Thiago Silva, que estava suspenso e não participou da goleada. O Brasil ainda disputou o terceiro lugar com a Holanda, mas sofreu mais uma derrota vergonhosa, desta vez por 3 a 0.
O 7 a 1 se tornou a maior derrota e o principal constrangimento da história da seleção brasileira, já que antes pertencia ao episódio do “Maracanazo”. Mesmo depois de seis anos, a eliminação para a Alemanha permanece na memória dos torcedores brasileiros e acaba sendo lembrada.
FICHA DE DADOS
BRASIL 1 X 7 ALEMANHA
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data: 8 de julho de 2014, terça-feira
Tempo: 17h (horário de Brasília)
Juiz: Marco Rodríguez (MEX)
Assistentes: Marvin Torrentera (MEX) e Marcos Quintero (MEX)
Cartão amarelo: Dante (Brasil)
Metas:
BRASIL: Oscar, aos 44 minutos do segundo tempo
ALEMANHA: Muller, aos dez, Klose, aos 22, Kroos, aos 23 e 25, e Khedira, aos 28 minutos do primeiro tempo; Schurrle, aos 23 e 33 minutos do segundo tempo
BRASIL: Julio Cesar; Maicon, David Luiz, Dante e Marcelo; Luiz Gustavo e Fernandinho (Paulinho); Bernardo, Oscar e Hulk (Ramires); Fred (Willian)
Técnico: Luiz Felipe Scolari
ALEMANHA: Neuer; Lahm, Boateng, Hummels (Mertesacker) e Howedes; Schweinsteiger e Khedira (Draxler); Muller, Kroos e Ozil; Klose (Schurrle)
Técnico: Joaquim Baixo
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