Na onda de popularidade dos produtos vegetais, uma marca nacional de chocolates ganhou destaque ao combinar composições sustentáveis e também incentivar os pequenos agricultores na cadeia produtiva do cacau, um dos principais motores econômicos das regiões Norte e Nordeste. do país.
O carioca Maré de chocolatefundada pelo casal Roberto e Maruska Maciel, vai contra a lógica do mercado e traz às prateleiras uma alternativa ao produto derivado do cacau que não exige qualquer relação com leite ou outras matérias-primas de origem animal.
Em vez disso, prioriza insumos 100% naturais e cacau certificado, ou seja, certificado pelas boas práticas de produção. Além disso, também permite a rastreabilidade de todas as etapas da produção dos frutos, desde o plantio até a colheita.
Inspiração empreendedora
A inspiração para a criação do negócio veio após meses de intenso mergulho de Roberto na própria cadeia produtiva do cacau. Durante meses, o executivo visitou inúmeras fazendas produtoras e ficou atraído pelo claro impacto social causado pelo plantio desse item.
“Comecei a me aprofundar nesse universo em 2014 e fiquei impressionado com o impacto que aquela cadeia teve, principalmente na Mata Atlântica”, diz Roberto Maciel, fundador da Maré Chocolate.
Da vontade de fazer parte desse universo surgiu a primeira tentativa empreendedora de Maciel: uma marca de chocolates também com proposta sustentável.
O empreendimento, fechado anos depois, serviu de pontapé inicial para o executivo ao trazer ensinamentos essenciais para toda e qualquer jornada empreendedora, principalmente no mercado de chocolates — além, é claro, de levar a nova empresa a herdar as instalações da fábrica e um generoso portfólio. de fornecedores.
Ao lado da esposa, que é ex-estilista e também tinha marca própria, Maciel fundou então a Maré Chocolate, em agosto de 2020.
Por que uma marca saudável?
Segundo o fundador, a essência da marca é “vender chocolate que faz bem”, impactando não só quem consome, mas também quem o produz.
“Nossos produtos são isentos de açúcar branco refinado, glúten e aditivos, por exemplo. Sempre olhamos para a qualidade do produto final, para podermos dizer que estamos vendendo alimentos e não doces”, afirma.
A proposta sustentável da Maré Chocolate, porém, vai muito além da formulação. Além da composição dos produtos, a marca também pretende impactar quem está diretamente envolvido na cadeia produtiva das frutas. Isso porque todo o ciclo de cultivo do cacau utilizado na Maré Chocolate é resultado de um extenso trabalho de apoio à regeneração florestal.
Na prática, isso significa que a marca investe na recuperação do bioma afetado pela sua cadeia produtiva, promovendo o reflorestamento, pois promove o que chama de “comércio justo”.
“Hoje quase todo o bioma Mata Atlântica já foi devastado. Quando apoiamos a agricultura cacaueira, que hoje é uma das principais fontes de preservação ali, podemos dizer que estamos impactando a natureza e facilitando a regeneração florestal. É um ciclo do bem e que considera a capacidade da própria natureza de se regenerar”, afirma Maciel.
Na vertente social, o foco é também a promoção do desenvolvimento económico através do incentivo à agricultura local e familiar.
O foco de produção da marca está em Ilhéus, no sul da Bahia e, mais recentemente, na Amazônia, onde adquire a fruta de famílias ribeirinhas. Segundo Maciel, a Maré Chocolate já impactou pelo menos 20 famílias produtoras desde sua fundação.
Manter o título de empresa sustentável com produtos ecologicamente corretos é um desafio por si só. Com a disparada do custo da matéria-prima, Roberto afirma que todo o processo produtivo dos chocolates é caro — o que leva a Maré a atingir um público de nicho.
“Trabalhamos com margens baixas, mas ainda somos produtos de nicho”, afirma. “A partir do momento em que o consumidor entender os diferenciais do produto, poderemos sair do nicho e expandir nossa atuação. Essa é uma grande ambição.”
A explicação para isso, segundo ele, está na forma como o cacau é vendido. Grande parte da fruta pode ser considerada commodity: vendida em larga escala e sem considerar o trabalho meticuloso de colheita e separação dos grãos. Esse tipo de cacau não costuma gerar renda para os trabalhadores — o público que, por outro lado, dedica horas a fio à seleção dos grãos nas fazendas.
Por outro lado, o cacau selecionado, que dá origem aos produtos da Maré, custa de quatro a seis vezes mais, explica Roberto.
“Decidimos então pagar mais por esse produto, justamente porque reconhecemos sua qualidade e conseguimos pagar de forma justa aos agricultores”, afirma. O valor médio final de venda dos chocolates Maré é de R$ 30.
Planos para o futuro
Atualmente, a Maré está disponível em empórios e armazéns nas cidades de São Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro, além de um e-commerce próprio que atende todo o país.
Agora, de olho na expansão, a marca carioca pretende alcançar novos mercados. Alguns dos alvos são as cidades de Curitiba, Ribeirão Preto, Fortaleza, Goiânia e Belo Horizonte. Fora daqui, um caminho a ser explorado, segundo Maciel, são as exportações.
“Temos um mercado interno enorme, com muito a crescer, mas a distribuição no Brasil não é simples, principalmente por causa do calor, um desafio para o chocolate. A questão tributária também pesa, então faz sentido crescer exportando, pois será uma forma de diversificar e reduzir riscos”, afirma.
O comércio eletrônico, que atualmente representa apenas 8% das vendas da empresa, também poderá ganhar novo impulso. “Investir online pode ser um caminho interessante a seguir. Só precisamos de pessoas qualificadas, com conhecimento das ferramentas adequadas para crescer rapidamente no digital”, afirma.
Desde que foi fundado, o negócio aumentou seu faturamento, mesmo sem grandes investimentos em marketing ou recursos externos. Em 2023, faturou R$ 1,7 milhão, e para este ano a expectativa é chegar a R$ 2 milhões.
Com a chegada a novos mercados e a expansão do alcance para outras regiões do Brasil, como a Amazônia, a Maré Chocolate não descarta a chance de receber em breve investimentos para acelerar seu crescimento. “Estamos em busca de investidores. Neste momento já falamos com amigos e familiares, mas não descartamos o crowdfunding, por exemplo. Para nós seria fundamental ter alguém que trouxesse dinheiro inteligente e conhecimento”, afirma.
(Texto de Maria Clara Dias)
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