O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (3) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que o marco fiscal seja cumprido.
O chefe do departamento participou de reunião com o presidente da República juntamente com os ministros de estado Simone Tebet (Planejamento), Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumprir o quadro fiscal’. Não há discussão sobre isso”, comentou Haddad.
O chefe da equipa económica do governo reforçou que a lei foi aprovada em 2023 por iniciativa do governo e com a participação de todos os ministros.
“Portanto, isso não pode ser discutido”, disse Haddad. “Em 2024, 2025, 2026, nosso compromisso é cumprir as leis complementares de finanças públicas.”
Benefícios de dentes finos
A redução dos gastos obrigatórios tornou-se central na discussão sobre o contingenciamento esperado do governo.
Após a reunião, Haddad informou que desde março está sendo feito um estudo dessas despesas entre os ministérios para que os gastos com benefícios sejam cortados.
“Já identificamos, e o presidente autorizou, R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que serão cortadas, após a comunicação aos ministérios afetados do limite que será dado para a elaboração do orçamento de 2025”, anunciou. o Ministro das Finanças.
“Este não é um número arbitrário. Este é um número que foi levantado ‘linha a rubrica’ do orçamento e que não se enquadra no espírito dos programas sociais que foram criados para o próximo ano”, acrescenta.
Outro elemento que o ministro apontou como parte do caminho para cumprir o quadro em 2024 e garantir um orçamento equilibrado em 2025 são as contingências de gastos.
“Algumas dessas medidas do orçamento de 2025 poderão ser antecipadas à luz do que a Receita Federal, o Tesouro e a Secretaria do Orçamento Federal nos apresentam como necessidade de bloqueio ou contingenciamento agora no dia 22 de julho”, pontuou Haddad.
“A ministra Simone vai liberar os limites para a elaboração do orçamento do próximo ano já considerando esses cortes, a Receita virá de acordo com essa nova despesa reconsiderada para que possamos também ter tranquilidade em 2025 que o marco será respeitado”, finalizou o Ministro das Finanças.
A reunião estava marcada para discutir a sustentabilidade do orçamento de 2024, a preparação do documento para 2025, que deve ser enviado pelo governo até 31 de agosto, além do cumprimento do quadro fiscal até 2026.
Desde que o governo alterou as metas de resultado primário em abril deste ano, ao entregar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) que antecede o Orçamento anual, os agentes econômicos tornaram-se mais céticos quanto ao compromisso fiscal do governo.
Ao processar o quadro, o governo indicou que procuraria um défice primário zero em 2024, um excedente de 0,5% do PIB em 2025 e 1% do PIB em 2026.
A LDO mudou as perspectivas a partir de 2025 e sinalizou que o superávit de 1% do PIB só será alcançado em 2028.
A equipe econômica trabalha há 60 dias em propostas que possam acalmar os ânimos dos agentes de mercado que pressionam por ajustes fiscais e cortes de gastos para equilibrar as contas públicas.
A percepção geral dos sectores económicos é que o governo se concentrou na política de receitas, aumentando os impostos sem controlar as despesas — que estão em constante crescimento.
A equipe econômica já propôs ao presidente Lula uma série de revisões nos benefícios sociais, na seguridade social e nos mínimos constitucionais como forma de controlar os gastos do governo.
Mas, embora já tenha reconhecido publicamente a necessidade da sustentabilidade orçamentária, Lula ainda não aceitou nenhuma proposta e pediu que Haddad e Tebet fizessem novas sugestões.
O último relatório de Resultados do Tesouro Nacional, divulgado na semana passada, revelou que as contas do governo central, que englobam o Tesouro Nacional, o Banco Central e a Seguridade Social, registraram um déficit primário de R$ 61 bilhões em maio deste ano.
O resultado é de 30,4%, em termos reais, descontado o aumento da inflação no período, superior ao registrado no mesmo mês do ano passado, quando o déficit foi de R$ 45 bilhões.
Nos 12 meses, até maio de 2024, o déficit é de R$ 268,4 bilhões, equivalente a 2,36% do PIB.
Quanto à dívida pública, em maio o Tesouro registrou alta de 3,1% com estoque de R$ 6,912 trilhões.
Segundo cálculos do Banco Central, divulgados em junho, a dívida brasileira atingiu 76% do Produto Interno Bruto (PIB), em R$ 8,4 trilhões em abril de 2024.
O aumento da dívida pública reflete diretamente nas taxas de juros e de crescimento do país, impactando consequentemente o emprego, a renda e a inflação, por exemplo.
*Com informações de Cristiane Noberto, em Brasília
Compartilhar:
taxa de juros para empréstimo consignado
empréstimo para aposentado sem margem
como fazer empréstimo consignado pelo inss
emprestimos sem margem
taxa de juros empréstimo consignado
consiga empréstimo
refinanciamento emprestimo consignado
simulador empréstimo caixa
valores de emprestimos consignados
empréstimo para funcionários públicos
valores de empréstimo consignado