Os dois grupos de trabalho que analisam os projetos de lei complementares que tratam reforma tributária dos impostos sobre o consumo (PLPs 68 e 108/2024) na Câmara dos Deputados devem entregar pareceres sobre os assuntos esta semana ao presidente da casa legislativa, deputado Arthur Lira (PP-AL).
O movimento busca garantir que a votação dos textos no plenário ocorra antes do recesso parlamentar − marcado para 17 de julho, conforme estabelece a Constituição Federal − em cumprimento aos objetivos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a liderança do próprio PT. Congresso Nacional.
Continua após a publicidade
O calendário é considerado ousado, dada a complexidade dos assuntos em discussão. Por se tratarem de projetos de lei complementares (PLPs), os textos exigem o apoio de maioria absoluta na Câmara dos Deputados − o que equivale a 257 dos 513 parlamentares − e depois no Senado Federal − ou seja, 41 dos 81 membros do Parlamento. a Casa. Mas os parlamentares destacaram as convergências entre membros de diferentes partidos e defenderam que é possível cumprir o cronograma previsto.
O regulamento da reforma tributária está dividido em dois textos. O primeiro deles (PLP 68/2024) tem como foco a construção da Contribuição sobre Circulação de Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (IBS), além do Imposto Seletivo (IS), que substituirá um conjunto de 3 tributos federais (PIS, Cofins e IPI) e 2 outros subnacionais (ICMS e ISS).
Aborda também regimes tributários específicos, regras de alíquotas, padrões de incidência e sistema de créditos e restituições de tributos arrecadados. Além dos setores favorecidos pelas taxas reduzidas, a criação da Cesta Básica Nacional, os incentivos à Zona Franca de Manaus e às Áreas Francas e as regras de transição e constituição de fundos de compensação.
Continua após a publicidade
O segundo texto (PLP 108/2024) aborda a questão federal relativa à SII. Regula pontos como a criação e estruturação do Comitê Gestor do novo tributo, o contencioso administrativo relativo ao tributo e as disposições relativas à transição do sistema atual. O projeto também avança na regulamentação do ITCMD e introduz alterações na legislação que trata do ITBI.
Para agilizar as discussões, Lira optou por criar dois grupos de trabalho, cada um com 7 parlamentares de siglas diferentes – o que garantiu representação a 14 partidos políticos no debate – e sem relatores definidos, numa estratégia de buscar a construção de textos consensuais. O desenho, porém, gerou objeções pelo fato de os GTs não estarem tão claramente disciplinados no regimento interno da Casa e, na prática, substituírem o papel das comissões temáticas.
Analistas políticos consultados por Barômetro de Potêncialevantamento realizado por InfoMoney com consultores e analistas independentes sobre alguns dos principais temas em discussão no cenário político nacional, reforçam um quadro de otimismo com o avanço da reforma tributária no Congresso Nacional.
Continua após a publicidade
Segundo o estudo, realizado entre os dias 11 e 17 de junho, 82% dos participantes atribuíram grande chance de conclusão das discussões sobre os pontos regulatórios da Emenda Constitucional nº 132/2023 neste ano. Apenas 9% veem baixa probabilidade de o cenário se confirmar.
Para os especialistas consultados, os pontos mais sensíveis nesta fase da discussão envolvem a definição da lista de produtos sobre os quais incidirá o Imposto Seletivo (que ficou popularmente conhecido como “imposto do pecado”), as regras de arrecadação de impostos em regimes especiais (combustíveis e lubrificantes, serviços financeiros, sociedades cooperativas, serviços de hotelaria, bares, restaurantes, etc.) e as regras de transição e reembolso de saldos credores correntes.
Veja os detalhes no gráfico abaixo (quanto maior a média, maior a percepção de dificuldades na construção de consenso, segundo os analistas consultados):
Continua após a publicidade
Nos bastidores, outro ponto delicado envolve a lista de produtos que farão parte da Cesta Básica Nacional (ou seja, que serão isentos da incidência do IBS e CBS) ou que terão redução de alíquota de 60%. A bancada do agronegócio pressiona para que a carne seja incluída na lista, mas a equipe econômica do governo alertou sobre o impacto da medida na alíquota final para os setores não beneficiados, que saltaria de 26,5% para 27,1%, segundo o secretário diretor extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy.
Os parlamentares que integram os GTs, porém, insistem na ideia e defendem que a inclusão da carne na cesta básica seja compensada pela tributação de outros produtos e serviços, como as apostas esportivas, no Imposto Seletivo.
Quem participa das discussões diz que o barulho, principalmente com governadores, diminuiu. Mas ainda existem algumas pendências do ponto de vista federativo. Um deles diz respeito ao conflito entre advogados e auditores pela participação no fórum de harmonização do IBS e pela presença de representantes dos contribuintes no terceiro nível de discussão de litígios relacionados ao novo modelo.
Continua após a publicidade
Uma nova rodada de conversas com governadores e representantes de prefeituras está marcada para a tarde desta terça-feira (2) com o objetivo de acertar os pontos finais de divergência, para que os pareceres aos PLPs possam ser entregues ainda esta semana ao presidente do legislativo casa, Arthur Lira.
Embora nenhum dos relatórios seja conhecido no momento, o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, não espera mudanças significativas em relação aos projetos originalmente encaminhados pelo governo federal.
“As propostas provavelmente não serão desfiguradas pela pressão de diferentes lobbies, como se temia no início do processo. A alíquota básica, de 26,5%, se aumentar, será apenas marginal”, projetou em podcast distribuído aos clientes.
O especialista aposta que as matérias serão efetivamente votadas em plenário antes da interrupção dos trabalhos legislativos. “Para melhorar o ambiente de votação, o governo deverá liberar cerca de R$ 9 bilhões em recursos para emendas parlamentares nesta semana”, destacou.
O analista político Leonardo Barreto, do I3P Risco Político, faz leitura semelhante. Ele elenca dois motivos principais: 1) o Ministério da Fazenda já havia recebido muitas das sugestões dos parlamentares com base no trabalho realizado pelas frentes parlamentares; e 2) a gestão colegiada (sem relator único) dificultou a negociação de mudanças, visto que somente o que fosse pactuado poderia entrar no projeto.
“O modelo institucional adotado para o processamento visa proporcionar uma careca, com pouco espaço para pressão de grupos de interesse. Sem acesso a relatores e com pouco envolvimento dos líderes partidários, o salão atuar via frentes parlamentares, linha direta com o colégio de lideranças ou abordagem ‘varejo’, com emendas em plenário e campanhas publicitárias voltadas aos parlamentares em geral”, avalia o especialista.
“Outra externalidade da estratégia adotada por Arthur Lira para limitar a pressão sobre a Câmara ao não indicar relator é transferir todo o trabalho do salão para o Senado Federal”, acrescenta.
Analistas políticos da consultoria Arko Advice apontam que, mesmo que a votação não seja concluída até 17 de julho, Lira deve se esforçar para aprovar pelo menos o texto-base, deixando a análise dos destaques da bancada e das emendas (etapas teoricamente menos delicadas do processo ) para o segundo semestre.
Uma vez aprovados pelos deputados, os textos seguem para análise do Senado Federal, onde a expectativa é de votação em 2024 e em tempo suficiente para uma possível nova análise pela Câmara dos Deputados – o que seria necessário em caso de alterações de mérito em relação à versão inicialmente votada.
empréstimo bom pra crédito
max cred é confiável
empréstimo pessoal inss
bpc emprestimo consignado
emprestimos para negativados rj
max pedidos
whatsapp blue plus download
emprestimo de 20 mil
emprestimo noverde é confiavel
simulação de emprestimo consignado inss
taxa de juros consignado banrisul 2023
financiadoras de emprestimos
empréstimo pessoal bpc