Num discurso de campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mostrou que não está preocupado com a reação negativa do mercado às suas declarações.
No início da noite desta segunda-feira (1º), ao anunciar uma série de investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) na Bahia, em cerimônia realizada na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), Lula prometeu continuar viajando em todo o país e disse que não tem que “prestar contas” aos “banqueiros”, mas sim à população mais pobre.
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“Não tenho de responder a nenhum ‘homem rico’ deste país. Não preciso me reportar a nenhum banqueiro deste país. Tenho que prestar contas aos pobres e trabalhadores deste país, que precisam que tenhamos cuidado e cuidemos deles”, disse Lula, num evento que contou com a presença de quase uma dezena de ministros do seu governo.
Em seu discurso, o petista afirmou que “a elite brasileira nunca se importou com educação”. “Para ela, os trabalhadores têm que trabalhar. São eles que têm que estudar, mandaram os filhos para Washington, para Harvard, para Paris”, disse Lula.
“O cara do mercado falou que o Lula estava gastando dinheiro. Prefiro pagar para os filhos estudarem do que gastar dinheiro para colocá-los na cadeia quando não aprendem uma profissão”, afirmou o Presidente da República, em tom inflamado.
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“Canalhas”, “negacionistas” e “golpe” contra Dilma
Durante discurso, Lula não mencionou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)mas referiu-se aos seus rivais políticos como “negacionistas” e “canalhas”.
“Esses canalhas pararam as obras e não as fizeram, num total desrespeito pelas necessidades do povo deste país”, atacou o petista.
Lula classificou mais uma vez o impeachment do ex-presidente Dilma Rousseff (PT)em 2016, como um “golpe” cujo objetivo seria afastar o PT do governo e inviabilizar politicamente o partido.
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“Desde o golpe contra Dilma, este país entrou num processo de retrocesso de conquistas sociais. Uma mulher digna e honesta, e inventaram uma mentira para tirá-la da Presidência da República”, disse Lula. “Inventaram mentiras, me prenderam, disseram que estava tudo acabado. Eles não vão acabar comigo porque eu não sou eu, sou você.”
Em seu discurso, Lula chorou em alguns momentos: ao relembrar sua infância pobre em Pernambuco, e ao falar de sua mãe, Dona Lindu (falecida em 1980). O presidente citou a importância de uma casa segura e bem conservada para as famílias mais pobres.
“Tempo de colheita”
Em seu discurso, Lula disse ainda que, após 1 ano e 6 meses de governo no terceiro mandato, chegou a hora da “colheita”, com bons resultados tanto na economia quanto na área social.
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“Passamos 1 ano nos preparando, 1 ano estudando… É como se estivéssemos preparando o terreno. Tenho dito aos meus ministros que estamos na época da colheita. Já fizemos o plantio e agora vamos viajar pelo Brasil colhendo o que fizemos neste país, em educação, saúde, emprego, transição energética, habitação, igualdade racial e cultura”, afirmou Lula.
O presidente prometeu continuar percorrendo o país para anunciar novos programas e investimentos. “Fui para Minas Gerais, São Paulo, ontem fui para o Rio de Janeiro, hoje estou na Bahia… E amanhã saio daqui depois do almoço e vou para Recife. Este país não pode parar”, disse ele.
“Viemos anunciar muitos trabalhos aqui, mas se vocês não acompanharem, essas coisas podem não acontecer. É importante que vocês sejam os guardiões das coisas que estamos apresentando aqui”, finalizou Lula.
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Investimentos do PAC na Bahia
No último da série de compromissos desta segunda-feira, Lula assinou um termo de compromisso do programa Luz para Todos. O acordo prevê mais de 29 mil ligações nos próximos 2 anos, com investimento de R$ 1,5 bilhão e mais de 10 mil obras na Bahia, no âmbito do Circuito Baiano de Investimentos em Transição Energética.
Segundo o Planalto, a nova etapa visa atender 118 mil pessoas de comunidades de baixa renda, cadastradas no CadÚnico para programas sociais governamentais, indígenas e quilombolas. Este ano, serão destinados R$ 3 bilhões ao estado.
Na área de educação, o governo federal pretende investir, em expansão e consolidação, R$ 478,3 milhões para universidades federais e R$ 249,3 milhões para institutos federais baianos.
Além disso, o estado receberá R$ 1,18 bilhão do Novo PAC para a educação básica. Isso custeará creches (R$ 341,9 milhões em 94 municípios), escolas de tempo integral (R$ 722,8 milhões em 56 municípios) e ônibus escolares (R$ 113,8 milhões em 244 municípios).
O evento na capital baiana também marcou a assinatura de autorização para projetos da Faixa I do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), voltado para famílias com renda mensal de até R$ 2.640. A previsão é que as contratações ocorram no curto prazo (até 30 dias), diretamente com a Caixa Econômica Federal.
Os ministros Rui Costa (Casa Civil), Camilo Santana (Educação), Jader Filho (Cidades), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Nísia Trindade (Saúde), Margareth Menezes (Cultura) e Márcio Macêdo (Secretaria) também participaram da solenidade . Geral da Presidência).
Também estiveram presentes o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e três ex-governadores do estado: o atual líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), o senador Otto Alencar (PSD) e o próprio Rui Costa, Chefe da Casa Civil. A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, também participou.
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