O discurso a favor o armamento da população é dominante nos plenários da Câmara e do Senado desde 2015, segundo estudo do Instituto Fogo Cruzado divulgado nesta segunda-feira (1).
Os dados mostram que, apesar da mudança no Executivo com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2023, os parlamentares favoráveis à ampliação do porte de armas mantiveram a hegemonia nas bancadas — não foram afetados pela mudança na presidência da república.
Os números mostram que, em 2023, o Congresso Nacional esteve ocupado Três vezes mais por parlamentares com discursos pró-ampliação do acesso às armas para a população do que por discursos contra as armas. Foram 75 discursos a favor da população armada contra 24 contra.
“Além de dobrar a bancada, o movimento começou a se organizar, como com a criação do grupo PROARMAS, que financiou uma série de candidaturas ao Congresso”, explica Terine Coelho, coordenadora de pesquisa do Instituto Fogo Cruzado.
De acordo com a pesquisa, o domínio de discursos a favor da facilitação do acesso às armas por qualquer cidadão começou em 2015.
De 2015 a 2018, foram proferidos 272 discursos sobre o tema armas na Câmara e no Senado. As análises mostram que 198 eram pró-armas (73%), 65 pró-controle de armas (24%) e nove neutros (3%).
Entre 2019 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o número de declarações caiu para 173, mas a predominância de discursos armamentistas foi mantida. Foram 103 discursos pró-armamento, 68 contrários e dois neutros.
Nos primeiros anos analisados, entre 1951 e 1996, o debate foi considerado incipiente, com poucos discursos: a “pré-história” das discussões sobre armamento de civis no Brasil.
A pesquisa mostrou que, entre 1997 e 2006, houve uma intensificação. O contexto foi a criação do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), do Estatuto do Desarmamento e do referendo sobre venda de armas, totalizando 827 palestras.
Entre 2007 e 2014, a discussão perdeu força: foram 550 discursos voltados para a regulamentação do armamento dos guardas civis e do uso de armas no manejo dos javaporcos, espécie de animal resultante do cruzamento de javalis com porcos domésticos que se tornou uma praga no país. campos do sul. , sudeste e centro-oeste do país.
Homens e brancos estão na vanguarda das discussões no Congresso Nacional, segundo a pesquisa. O perfil não difere da composição das tribunas. A pesquisa também analisou os principais pontos utilizados nos argumentos para defender cada lado da discussão:
Temas recorrentes
- Medo da violência
- Gestão de segurança pública
- Divisão da sociedade entre bons cidadãos e criminosos
- Papel da política
- As armas afetam diferentes grupos populacionais
Argumentos pró-armas
- Direito à defesa
- Falta de controle sobre a segurança pública
- Impacto do desarmamento no aumento da violência
- Aspectos legais do uso de armas
- Divisão entre criminosos e bons cidadãos
Argumento pró-controle de armas
- Monopólio do uso de armas pela polícia
- Consequências da maior circulação de armas para a segurança pública
- Necessidade de uma solução mais ampla para a violência
- Impactos nas mulheres da população não branca e nas escolas
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