Os franceses vão às urnas para a primeira volta das eleições legislativas antecipadas do país. A votação será realizada em 2 turnos. A primeira está marcada para este sábado (29) em alguns territórios franceses e para domingo (30) na França. Já o segundo turno será realizado nos dias 6 e 7 de julho. Ao final, serão eleitos 577 deputados.
Pesquisas de opinião preveem que o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) poderá vencer, mas sem maioria absoluta.
Uma nova pesquisa da OpinionWay, publicada pelo jornal Les Echos nesta sexta-feira (28), mostrou que o RN pode alcançar até 37% do voto popular, dois pontos percentuais a mais que há uma semana.
As eleições legislativas ocorreriam em 2027, após as eleições presidenciais. No entanto, o presidente francês, Emmanuel Macron, decidiu convocar uma votação antecipada no final de junho, em um período inesperadamente curto.
Macron dissolveu o Parlamento francês, a Assembleia Nacional, em 9 de junho. Três semanas separaram o anúncio da dissolução da data do primeiro turno deste fim de semana.
Neste sentido, o resultado das eleições parlamentares francesas é difícil de prever porque envolvem 577 eleições separadas, uma por assento. Além disso, a campanha curta e incomum pode significar um resultado diferente do que as pesquisas projetam.
Por que as eleições são realizadas em 2 turnos?
Os eleitores serão chamados a eleger 577 deputados que têm assento na Assembleia Nacional, o Parlamento francês. Cada distrito elege um deputado para um mandato de cinco anos.
Os legisladores franceses têm o poder de debater, propor, alterar e votar leis, bem como regular as ações governamentais.
As eleições legislativas são organizadas por maioria de votos em dois turnos. O primeiro turno das eleições legislativas de 2024 está marcado para domingo (30). Excepcionalmente, a votação começa neste sábado (29) em Guadalupe, Guiana, Martinica, São Bartolomeu, São Martinho, São Pedro e Miquelon e Polinésia Francesa. Todos são territórios franceses.
De acordo com informações de BFM TV, afiliada da CNN na Françapara se qualificar para disputar o segundo turno, o candidato deverá obter pelo menos 50% dos votos no primeiro turno.
Na segunda volta, marcada para 6 e 7 de julho, basta uma maioria simples para ser efetivamente eleito para o Parlamento.
Os eleitores só podem escolher um candidato. O sistema permite que o eleitor vote em segundo turno no partido de sua preferência ideológica, mesmo que o seu primeiro candidato não tenha avançado na disputa. Portanto, muitos consideram um sistema de representação mais justo.
Resultados
De acordo com o site oficial do governo francês, os locais de votação abrem às 8h (3h de Brasília) e fecham no mesmo dia às 18h (13h de Brasília). Em alguns municípios, a votação só termina às 20h (15h no horário de Brasília).
A votação é declarada encerrada no máximo às 20h (15h de Brasília). As primeiras pesquisas de saída começam a ser anunciadas assim que as urnas fecham.
Os resultados do primeiro turno das eleições legislativas serão divulgados gradativamente após o encerramento da votação em Site do Ministério do Interior da França.
Eleição inesperada
Macron convocou eleições legislativas antecipadas depois da sua aliança centrista ter sido derrotada pelo partido de extrema-direita, Rally Nacional (RN), nas votações para o Parlamento Europeu, realizadas entre quinta-feira, 6, e domingo, 9 de junho.
Após projeções iniciais, o partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) saiu na frente com 31,5% dos votos, mais que o dobro da participação do Renascimento, que ficou em segundo lugar com 15,2% dos votos, um pouco à frente dos socialistas , em terceiro lugar com 14,3% dos votos.
Num discurso comemorativo após a publicação da sondagem, o líder do RN, Jordan Bardella, apelou a Macron para dissolver o Parlamento francês, chamando a diferença entre os dois partidos de uma “desaprovação contundente” do presidente.
Dentro de uma hora, Macron fez um discurso nacional, anunciando que dissolveria a câmara baixa francesa e realizaria eleições legislativas. No sistema francês, são realizadas eleições separadas para escolher o presidente do país, que não são agendadas novamente até 2027.
Na quinta-feira, 13 de junho, os partidos políticos que representam a esquerda francesa declararam que tinham chegado a um acordo para formar uma “Frente Popular” para disputar eleições parlamentares antecipadas.
A decisão de Macron também mergulhou a França na incerteza e preocupou os vizinhos europeus e os mercados financeiros.
Avanço da extrema direita
O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) ampliou sua liderança em pesquisa publicada no último dia de campanha antes do primeiro turno das eleições parlamentares francesas, no domingo (30).
O partido de Marine Le Pen tem liderado as sondagens e uma sondagem mostrou que o grupo está no caminho certo para obter uma estreita maioria.
A BFM TV, em outra pesquisa compilada pela Elabe, calculou que o RN e seus aliados poderiam ganhar de 260 a 295 assentos no novo Parlamento – ultrapassando potencialmente a barreira de 289 assentos para uma maioria absoluta. Isto daria ao partido um mandato claro para governar.
Após o primeiro turno de domingo, os rivais do RN poderão se unir e remover os candidatos em movimentos táticos para derrotar os candidatos de extrema direita no segundo turno.
No entanto, a perspectiva de um governo liderado pelo partido de extrema-direita ou a paralisia política no Parlamento francês preocuparam os mercados financeiros, bem como outros países vizinhos da França.
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