O Conselho Editorial do New York Times pede ao presidente Joe Biden que abandone a corrida à Casa Branca após o seu desempenho no debate presidencial em Nova Iorque. CNN.
“O presidente apareceu na noite de quinta-feira como a sombra de um grande servidor público. Ele se esforçou para explicar o que realizaria em um segundo mandato. Ele teve dificuldade em responder às provocações do Sr. Donald Trump. Ele tem lutado para responsabilizar Trump pelas suas mentiras, pelos seus fracassos e pelos seus planos assustadores. Mais de uma vez, ele teve dificuldade para completar uma frase”, escreveu o Conselho. Ele continuou: “o maior serviço público que o Sr. Biden pode prestar agora é anunciar que não continuará concorrendo à reeleição”.
Existem líderes democratas que seriam uma alternativa “atraente e enérgica” a Trump, disse o Conselho.
“Não há razão para o partido arriscar a estabilidade e a segurança do país, forçando os eleitores a escolher entre as deficiências do Sr. Trump e as do Sr. Biden. É uma aposta demasiado grande simplesmente esperar que os americanos ignorem ou desconsiderem a idade e a fragilidade do Sr. Biden que vêem com os seus próprios olhos”, disse o Times.
O Conselho prossegue afirmando que ainda apoiará Biden como a sua “escolha inequívoca” se a escolha permanecer entre ele e o ex-presidente Donald Trump, mas disse que o presidente “não é o homem que era há quatro anos” e chamou-lhe um “ jogo imprudente” a justificativa de Biden para concorrer.
The Wall Street Journal e The Economist ecoam o pedido do NYT
O pedido do Conselho Editorial do New York Times encontrou apoio de dois outros importantes meios de comunicação. O Wall Street Journal escreveu no seu editorial que “a retirada [da candidatura] de Biden causaria pânico temporário enquanto os democratas procuram um novo candidato”.
“Vice Kamala Harris não é a resposta”, continuava o texto. “Mas outros surgiriam como candidatos e a convenção democrata atrairia a atenção do mundo.”
O editorial prossegue dizendo que Donald Trump “conta com os democratas para ficarem com o Sr. Biden, mas o país merece uma escolha melhor”.
The Economist escreveu que Joe Biden deve agora dar lugar a um candidato alternativo e que “o seu último e maior ato político ajudaria a resgatar a América de uma emergência”. O editorial continua dizendo que o líder americano terá dificuldade de desfazer os danos causados por sua atuação no debate desta quinta-feira (27).
“Se, como é provável, o Sr. Trump se recusar a participar de um segundo debate em setembro – o que ele tem a perder? – o presidente em exercício poderá nunca mais ter uma oportunidade tão boa para mudar a opinião dos eleitores”, continuava o texto. “Substituí-lo poderia dividir os democratas num momento em que precisam permanecer unidos. Essas afirmações podem ter sido convincentes em algum momento. Não mais”.
O editorial da Economist termina dizendo que o debate “trouxe clareza a uma corrida que actualmente oferece aos americanos uma escolha entre dois candidatos que eles não querem. Biden e o seu partido tiveram a oportunidade de evitar um destino sombrio para o seu país e para o mundo. Eles deveriam tirar vantagem disso.”
Campanha de Biden responde
A campanha do presidente Joe Biden rebateu o apelo do Conselho Editorial do New York Times para que o presidente abandonasse a corrida de 2024 após o seu desempenho no debate.
“A última vez que Joe Biden perdeu o apoio do conselho editorial do New York Times, as coisas acabaram indo muito bem para ele”, disse um assessor sênior. CNN.
O Times endossou dois candidatos presidenciais democratas em 2020: as senadoras Amy Klobuchar e Elizabeth Warren.
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