Após organizar um roadshow no Rio de Janeiro com 26 investidores institucionais, o Itaú BBA observou que os investidores estão adotando uma postura conservadora e defensiva em relação aos investimentos no setor de consumo e varejo, ressaltando que avaliações baratas não são mais suficientes para tornar os ativos atrativos .
De acordo com a BBA, os resgates consistentes são uma grande preocupação e estão a forçar os investidores a adoptar uma abordagem mais orientada para o curto prazo, tentando detectar pontos de inflexão operacionais em vez de comprar acções baratas a longo prazo. Nos segmentos, os investidores entendem que o momento é bom, mas não forte o suficiente para desencadear rotações de carteira em direção ao setor. Em resumo, a exposição ao sector permanece historicamente baixa e o Smart Fit (SMFT3) parece ser uma escolha consensual entre a maioria dos investidores entrevistados.
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Apesar da maioria das ações de retalho serem negociadas a múltiplos atrativos, os investidores não veem um gatilho claro para o setor. Como resultado, a exposição ao sector é bastante baixa e os investidores não parecem ter pressa em entrar no retalho.
O banco disse ter ouvido em diversas reuniões: “Por que eu deveria comprar algo no setor de varejo a 10 vezes o lucro de 2025 se a Localiza (RENT3) está negociando no mesmo nível com menos ameaças de longo prazo?”
Smart Fit é o preferido do setor
Segundo o BBA, o Smart Fit é o mais procurado entre os investidores do Rio de Janeiro. “As sólidas perspectivas de crescimento da empresa, bem como o fraco ambiente competitivo e resultados mais previsíveis (considerando a atração de associados), são os pontos positivos desta história de investimento.”
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Em termos de avaliação, os investidores estão dispostos a pagar um prémio pela empresa (em relação à média do retalho) que também oferece uma boa execução. O BBA disse que gosta das ações, mas alerta que a posição técnica competitiva pode levar a reações desproporcionais de preços em possíveis perdas de lucros (se aplicável) no futuro.
Mercado Livre (MELI34)
O Mercado Livre, por sua vez, continua sendo uma das principais opções, mas 2024 não parece tão bom quanto 2023. A empresa continua sendo um tema-chave de discussão nas interações do BBA com investidores, e os investidores locais ainda têm exposição significativa ao nome.
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A equipa de pesquisa destaca que, pela primeira vez em vários trimestres, ouviu investidores historicamente construtivos mencionarem que reduziram a exposição ao nome, devido às difíceis comparações de vendas e rentabilidade nos próximos trimestres; ventos contrários macroeconómicos na Argentina; um potencial aumento nos níveis de provisão relacionado à reaceleração das concessões de crédito e ao fluxo de notícias sugerindo um aperto no ambiente competitivo no Brasil. O Itaú BBA disse que gosta da história e de seus fundamentos de longo prazo, mas reconhece que pode haver melhores pontos de entrada para as ações ao longo do ano.
Roupas
No segmento de vestuário, a ação da Lojas Renner (LREN3) tem risco de queda limitado e as expectativas de vendas mais fracas no 2T24 já foram precificadas. Para o segundo semestre de 2024, há potencial de aumento devido à fácil base de comparação e diluição de despesas gerais e administrativas.
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Para a Arezzo (ARZZ3), alternativamente, apenas alguns investidores concordaram que os níveis de avaliação (10 vezes o P/L de 2025) e o impulso de vendas mostrando melhoria (e o ambiente de sinergia com a combinação de acordo com o grupo Soma SOMA3) são suficientes para justificar uma abordagem construtiva neste momento. O BBA tem a Arezzo como sua principal opção para espaços de varejo em 2024.
Varejo alimentar
Quanto ao retalho alimentar, alguns investidores estão posicionados, mas a posição ainda parece fraca. No geral, o tema comum foi a deterioração do ambiente competitivo e potenciais fusões e aquisições.
De acordo com o BBA, os investidores expressaram preocupação com as tendências de vendas mais fracas (dada a desaceleração da inflação dos alimentos) e com uma potencial deterioração nas tendências de capital de giro na indústria, à medida que os participantes implementam outras ferramentas de pagamento nas lojas (por exemplo, pagamentos com cartão de crédito em três taxas de juros). parcelas gratuitas). O BBA destaca ainda que esta é a visão menos otimista que já teve dos investidores em muito tempo em relação às ações.
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Na semana anterior, o BTG Pactual publicou pesquisa realizada com 80 gestores (80% deles locais) sobre posicionamento em consumo e varejo em meio ao atual cenário de aversão ao risco. A maioria dos investidores (49%) está pouco exposta, chamando a atenção para o fato de que 28% estão mais alocados versus o índice do setor (provavelmente pela exposição ao Mercado Livre). Apesar do baixo posicionamento, 46% dos entrevistados pretendem aumentar a exposição ao setor como próximo passo ou permanecer neutros (51%), sendo que apenas dois entrevistados pretendem reduzir a exposição a nomes de consumo e de retalho.
As três opções preferenciais (compradas) foram Mercado Livre (17%), seguido por Vivara (VIVA3; 10%) e Lojas Renner (com 10%, que também é uma das posições vendidas preferenciais, destacando o caráter polêmico da call), Arezzo e Smartfit (9%) e Grupo SBF (SBFG3; 7%). As principais posições vendidas, por sua vez, estão em Renner (15%), Petz (PETZ3; (15%), Carrefour (CRFB3; 12%) e Natura (NTCO3; 10%).
Para os gestores, os principais obstáculos para o setor de consumo e varejo são o ciclo de flexibilidade mais lento (40%) e a falta de revisões positivas nas estimativas no curto prazo (28%). Após a queda recente, apenas 3% dos entrevistados mencionaram os múltiplos como um obstáculo. Quando questionada sobre o nome defensivo para se expor ao setor, a RD, antiga Raia Drogasil (RADL3) foi consensualmente considerada como a opção mais resiliente (35% dos entrevistados), seguida pelo Grupo Mateus (GMAT3; mencionado por 17%).
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