O presidente Luiz Inácio Lula da Silva validou, nesta terça-feira, 25, o decreto que altera o regime de metas de inflação anual para o modelo de metas contínuas a partir de 2025, com meta de 3%, segundo o Estadão/Transmissão (Sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). A decisão deverá ser publicada nesta quarta-feira, 26, em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
A validação do chefe do Executivo ocorreu na tarde desta terça-feira, durante reunião com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da ministra interina da Casa Civil, Miriam Belchior, no Palácio do Planalto. A reunião também contou com a presença do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que não estava na agenda de Lula.
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De acordo com Estadão/Transmissão, a previsão é que o decreto seja publicado antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), para que o colegiado fixe a meta de inflação em 3%. A reunião do CMN está marcada para esta quarta-feira, 26, das 15h às 17h. O colegiado é um órgão formado pelos Ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central. Tradicionalmente, as decisões são anunciadas depois das 18h.
Em junho do ano passado, Haddad anunciou que iria publicar o decreto, mas isso não foi feito até agora. Caso o novo regulamento da meta contínua não seja publicado pela reunião do CMN, o conselho precisará definir a meta anual de inflação para 2027.
No início de junho, o ministro das Finanças confirmou que o decreto de metas contínuas seria conhecido até ao final deste mês. A informação foi prestada ao Estadão/Broadcast pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.
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O que muda na meta de inflação
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em reunião do CMN a mudança do regime de metas de inflação do país do sistema de ano civil (de janeiro a dezembro), em vigor desde 1999, para contínuo. O órgão também fixou a meta a ser perseguida a partir de 2025 em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
O CMN, que reúne os ministros da Fazenda e do Planejamento e também o presidente do Banco Central, estabelece periodicamente uma meta para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano. Cabe ao Banco Central perseguir esse objetivo, utilizando os instrumentos de política monetária ao seu alcance – sendo a taxa de juros (Selic) o principal deles.
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Quando a meta não for cumprida, o presidente do BC deverá enviar uma carta ao ministro da Fazenda justificando o descumprimento.
Até agora, a meta de inflação era válida para o ano-calendário. Ou seja, o que importava era estar dentro da meta em 31 de dezembro, mesmo que permanecesse fora da meta ao longo do ano. A partir de 2025, quando o Banco Central terá um novo presidente, essa meta se tornará contínua, como já acontece na maioria dos países que adotam o sistema de metas para a inflação. Isso significa que o BC terá que olhar permanentemente para a meta, e não apenas para o resultado do final do ano.
Para especialistas, a mudança para a meta contínua pode ajudar o Banco Central a administrar os choques inflacionários. Entre março de 2021 e agosto de 2022, por exemplo, o Copom elevou os juros de 2% ao ano para o atual patamar de 13,75% ao ano para tentar combater o aumento da inflação devido aos choques provocados pela pandemia. “Essa mudança ajuda a ter menos volatilidade na taxa de juros, porque o BC olha sempre para um horizonte constante. Não é preciso fazer movimentos fortes”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe do banco do Inter.
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Outro ponto destacado é que o novo regime reduz o risco de populismo económico. Para manter a inflação dentro dos limites estabelecidos pela meta no final do ano, muitos governos optaram por conter tarifas de transporte público, preços de combustíveis e energia elétrica.
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