Quando pensamos na extensão territorial do Brasil, geralmente nos limitamos às suas fronteiras terrestres. O país, no entanto, é muito maior e abrange partes do oceano.
Estamos falando da Amazônia Azul, vasta área marítima sob jurisdição brasileira que possui importância estratégica, econômica e ambiental, tornando o Brasil um país muito maior do que aparece nos mapas que conhecemos.
São 5,7 milhões de quilômetros quadrados de extensão, segundo levantamento da Marinha do Brasil.
A partir desta segunda-feira (24), o CNN Brasil passa a adotar a extensão da Amazônia Azul nas artes em seus telejornais e mídias digitais – veja mapa acima.
O que você precisa saber sobre a Amazônia Azul
A Amazônia Azul constitui um conjunto de ampla biodiversidade, com inúmeros recursos minerais e naturais, de onde são extraídos 95% do petróleo e 80% do gás natural produzidos no Brasil. É por lá que passa mais de 95% do comércio exterior brasileiro, segundo informações da Marinha repassadas ao CNN.
A área é uma zona econômica exclusiva (ZEE) do Brasil, que se estende por 5,7 milhões de quilômetros quadrados.
A expansão é comparável em tamanho à Floresta Amazônica, daí o nome “Amazônia Azul”.
“É comparável à Floresta Amazônica (‘Amazônia Verde’), em dimensões, abundância de recursos naturais e importância ambiental, científica e econômica”, segundo informações da Marinha do Brasil.
A área é vista como um conceito político-estratégico do poder marítimo do país, bem como dos desafios que isso exige.
As riquezas encontradas na Amazônia Azul conferem a esta extensa área marítima uma importância inegável, exigindo do país esforços para monitorar as atividades ali desenvolvidas, segundo a Marinha.
Portal para comércio global
Tais dimensões e recursos multiplicam as atividades econômicas diretamente influenciadas pelo mar no Brasil, notadamente: petróleo e gás, extração mineral, defesa, portos e transporte marítimo, indústria naval, turismo e esportes náuticos, pesca e aquicultura, biotecnologia, cultura popular e culinária .
Comercialmente, a região é fundamental para a economia brasileira. As produções das empresas no Brasil são exportadas majoritariamente por via marítima. Cerca de 95% do comércio exterior do Brasil é transportado pelas rotas marítimas que atravessam a Amazônia Azul.
A região ainda responde por 45% de toda a atividade pesqueira do Brasil.
O local serve como instalação para projetos de geração de eletricidade offshore e parques de energia renovável, como solar, eólica e híbrida.
O turismo atendido pelas ilhas e rochas são atrativos com apelo ecológico, que exploram as belezas naturais da região e mostram mais um aspecto do potencial econômico.
A economia marítima, conhecida como PIB do mar, corresponde ao conjunto de atividades que inclui as atividades fluviais, e representa cerca de 20% de todo o Produto Interno Bruto do país.
Recursos naturais e biodiversidade
Rico em biodiversidade e recursos naturais, além de abrigar uma grande variedade de organismos marinhos com valor biotecnológico, contém grandes reservas de gás e petróleo. Fonte de riqueza e ganância, somadas às bacias hidrográficas nacionais, abrange cerca de 60 mil km de hidrovias. A região também abriga um dos maiores tesouros nacionais, o pré-sal.
A região é fonte constante de iniciativas de preservação. A Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada durante a Rio-92 pelo Brasil, visa alcançar um bom estado ecológico na região, proporcionando previsibilidade às atividades que dependem do mar.
Defesa e soberania
A defesa da Amazônia Azul é uma das responsabilidades da Marinha do Brasil, que desempenha papel de liderança na regulação dos aspectos relativos à segurança na Amazônia Azul, bem como auxilia na regulação da responsabilidade dos órgãos da administração federal. Desde 1989, o país mantém um Plano de Levantamento da Plataforma Continental para avaliar os recursos vivos e não vivos da área.
As atividades de segurança na região são realizadas por meio de operações singulares, conjuntas ou combinadas, com o objetivo de fortalecer a preparação da Marinha, da Aeronáutica e do Corpo de Fuzileiros Navais, para atuar coercitivamente em situações que ameacem a soberania brasileira, na defesa de plataformas petrolíferas, navais e instalações portuárias – de Santos a Vitória, e ao redor da foz do rio Amazonas – além de arquipélagos e ilhas oceânicas.
A instituição destaca o Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), que possibilitou a construção de quatro novos navios modernos e de alta complexidade tecnológica. Tais iniciativas visam dotar a Força Naval de meios altamente eficientes, ampliando a capacidade de dissuasão e proteção desta área marítima.
O monitoramento realizado pelo Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul (COMPAAz), tem a missão de monitorar o tráfego marítimo nas águas da Amazônia Azul, utilizando diversas fontes de dados, a fim de monitorar os navios e suas atividades em busca de assina a prática de atos ilícitos e a exploração não autorizada de recursos. Dessa forma, a Marinha atua para garantir proteção contra agressões externas e ações terroristas, além do tráfico e contrabando de drogas na região.
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