O incêndio no Parque Nacional de Itatiaia, localizado na Serra da Mantiqueira, em Resende (RJ), foi extinto na noite deste sábado (22), informou o Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), gestor do parque. A operação contou com o trabalho da equipe do ICMBio, bombeiros do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e mais de 100 bombeiros militares do Rio de Janeiro.
As equipes do parque contaram com o apoio de um drone com câmera térmica para combate ao incêndio na reserva natural, além de 20 viaturas e três aeronaves do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.
Os agentes do instituto continuam monitorando as áreas da unidade de conservação federal.
O incêndio no Parque Nacional de Itatiaia (PNI) começou no dia 14 de junho e atingiu pelo menos 300 hectares nas proximidades do Morro do Couto e na entrada da Parte Alta. Esta área está localizada num campo de altitude, acima de 2.500 metros, com vegetação seca, devido às poucas chuvas, característica desta época do ano.
Investigação
O Ministério Público Federal investiga o incêndio no Parque Nacional de Itatiaia.
Na terça-feira (18), o Exército admitiu, em nota de esclarecimento, que o incêndio no Parque Nacional de Itatiaia começou durante uma atividade envolvendo 415 cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no dia 14 de junho.
A formação integrou-se na conclusão do Estágio Básico de Combatente de Montanha, atividade instrutiva prevista para a formação de oficiais desta força armada. “No início da tarde, com todos os militares já a bordo e prontos para iniciar a viagem de retorno a Resende, foi identificado um incêndio próximo à coluna de veículos. De imediato, alguns militares desembarcaram e iniciaram o combate ao incêndio, utilizando os extintores das suas viaturas e os meios disponíveis na altura. Porém, devido aos ventos fortes na região e à vegetação muito seca, o fogo se alastrou e não foi possível contê-lo.”
Por fim, o Exército afirma que as causas do incêndio serão investigadas pelas autoridades competentes e a Academia Militar das Agulhas Negras está à disposição para ajudar no esclarecimento dos factos.
Visitação
A Parquetur, empresa de atendimento ao visitante do Parque Nacional do Itatiaia, confirmou à Agência Brasil que as trilhas da parte alta do parque serão reabertas para visitantes nesta segunda-feira (24). Até este domingo, a parte superior estava fechada até domingo (23) para segurança do público visitante.
Porém, os atrativos Morro do Couto, Mirante da Antena, Circuito Couto-Prateleiras e Cume das Prateleiras permanecerão fechados à visitação pública.
A parte inferior do parque não foi fechada, pois não foi afetada pelo incêndio. Portanto, continua com funcionamento normal, de terça a domingo, das 8h às 17h.
Os ingressos adquiridos entre os dias 15 e 23 de junho poderão ser remarcados ou cancelados através do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
Para mais informações ao público, a concessionária Parquetur disponibiliza o WhatsApp (21) 97894-9647.
Parque Nacional de Itatiaia
Criado em junho de 1937, o Parque Nacional de Itatiaia é o primeiro parque nacional do Brasil. O ponto mais alto da reserva é o Pico das Agulhas Negras, com 2.790 metros de altitude. O pico é o quinto mais alto de todo o Brasil.
A parte alta é caracterizada por relevo montanhoso e elevações rochosas, campos de altitude e vales suspensos onde se originam 12 bacias hidrográficas regionais, que drenam duas bacias principais: a do Rio Grande, afluente do rio Paraná, e a do rio Paraíba do Sul.
Na parte baixa, existem vários cursos de água, com diversas zonas aptas para banho.
Antes deste incêndio, o parque nacional foi atingido por vários outros incêndios. O maior incêndio da história da unidade foi em 1963, quando o incêndio durou 35 dias e consumiu 4 mil hectares.
Em 1988, outro incêndio destruiu 3.100 hectares e um servidor desapareceu. Em 2001, o incêndio — provocado por dois turistas que se perderam e acenderam uma fogueira — destruiu mais de 1.000 hectares. A mesma área foi atingida por um incêndio em 2007. Três anos depois, 1.200 hectares foram destruídos.
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