Pela terceira vez consecutiva, a Intenção de Consumo Familiar (ICF), medida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que os brasileiros continuam comprando.
O aumento de 0,5% do índice em junho, porém, foi o menos intenso desde o início da sequência positiva em abril. A dificuldade para obtenção de crédito, avaliou a CNC, indica cautela para o segundo semestre.
Na comparação com junho de 2023, o aumento do ICF foi de 5,1%. O indicador está em 102,2 pontos, na zona de otimismo.
O subindicador que mede a satisfação dos consumidores com o acesso ao crédito não sofreu alterações durante o mês, mantendo-se estável devido aos desafios do mercado de crédito.
Em junho, 31,4% dos inquiridos consideraram o acesso ao crédito mais fácil, mesma percentagem de maio.
Por outro lado, a percentagem de consumidores que consideraram o acesso mais difícil aumentou para 37,8%, aproximando-se da taxa mais elevada registada em julho de 2023, quando a percentagem atingiu 37,9%.
O ICF cresceu nas duas faixas de renda analisadas, com maior intensidade nas famílias com renda inferior a 10 salários mínimos, que registraram aumento de 0,6% no consumo.
Entre as famílias com rendimento acima de 10 salários mínimos, o aumento foi de 0,2%. A satisfação com o acesso ao crédito, no entanto, seguiu caminhos diferentes entre as faixas de renda: aumento de 0,8% nas famílias com maior renda e redução de 0,3% nas de menor renda.
“A necessidade de equilibrar o crédito, a manutenção da inadimplência e a incerteza no mercado de trabalho levam as famílias a serem mais cautelosas com seu consumo”, afirmou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Crédito
Ele destacou que, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), também investigada pela CNC, a inadimplência entre os mais pobres não diminuiu significativamente, dificultando o acesso ao crédito.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, explicou que, apesar da queda da taxa média de juros de abril de 2023 até este mês, o indicador de inadimplência da carteira de crédito com recursos livres para pessoa física não reduziu, permanecendo próximo de 5,5% desde o começo do ano.
“Isso evidencia o dilema dos consumidores entre assumir novas dívidas e pagar as existentes”, disse Tavares.
O ICF apontou que o subindicador que avalia o consumo atual das famílias cresceu mais do que a perspectiva do consumo, tanto na análise mensal como anual, reforçando a cautela para o próximo semestre.
Segundo o economista-chefe da Confederação, o consumo foi influenciado positivamente pelo mercado de trabalho, que aumentou 3,8% nos 12 meses até abril, apesar da desaceleração nos últimos dois meses.
Com isso, o subindicador que mede a satisfação com o emprego atual aumentou 3,6% na comparação anual, enquanto a perspectiva profissional caiu 2,3%, refletindo a atitude cautelosa dos consumidores em relação ao futuro.
Com as atuais condições do mercado de trabalho aquecido e o acesso ao crédito mais seletivo, as famílias avaliaram positivamente o atual nível de consumo, sendo este o subindicador que mais subiu em junho (alta de 1,5%).
A perspectiva de consumo cresceu 0,9% no mês e 3,8% no ano, taxas inferiores às apresentadas em maio. Apenas 36,5% dos consumidores esperam aumentar o seu consumo, o valor mais baixo desde janeiro de 2023, enquanto a percentagem que pretende reduzir as suas compras aumentou.
Renda
As intenções de consumo aumentaram nas duas faixas de renda analisadas, com maior intensidade nas famílias com renda inferior a 10 salários mínimos (aumento de 0,6% em junho), enquanto as famílias com renda acima de 10 salários mínimos aumentaram 0,2%.
Nas perspectivas para os próximos meses, a perspectiva de consumo cresceu 0,5% nas famílias de maior renda e 0,9% nas de menor renda.
A satisfação com o mercado de trabalho é maior entre as famílias de menor renda, com o atual indicador de emprego aumentando 0,3% neste grupo, enquanto houve queda de 0,4% entre as famílias de maior renda.
“As famílias de menores rendimentos têm maior evolução no consumo devido à melhoria da percepção do emprego, apesar da dificuldade de acesso ao crédito”, resumiu o economista-chefe do CNC.
Inundações no RS
Devido ao crise climaticaO Rio Grande do Sul registrou queda de 23,3% nas intenções de consumo em relação a junho do ano passado e de 3,4% em relação ao mês anterior, a maior desde outubro do ano passado.
Segundo a CNC, todos os indicadores estaduais apresentaram quedas mensais e anuais, com destaque para o subindicador que mede a perspectiva profissional, seguido do momento de aquisição de bens duráveis.
“Na mesma lógica, a perspectiva de aquisição de bens duráveis foi afetada porque, num primeiro momento, a prioridade dos gaúchos são os produtos essenciais”, destacou Tavares, lembrando que esse movimento é condizente com a situação de fechamento de comércios destruídos pelas enchentes de maio.
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