O secretário de Defesa Civil do Amazonas, coronel Francisco Máximo, afirmou nesta quinta-feira (20) que, este ano, o período de seca no estado deverá ser antecipado em 30 dias e os impactos sentidos já em julho. O governo estima que 150 mil famílias serão afetadas.
Segundo o coronel, foi observada desaceleração do nível das águas na bacia do Solimões entre fevereiro e abril. Além disso, no município de Tabatinga houve redução de 37 cm em abril, indicando que a vazante na Amazônia peruana e brasileira foi antecipada, o que deverá afetar significativamente as bacias do médio e baixo Solimões.
Desde o início do ano, o governo afirma estar trabalhando em um plano de ação para combater os impactos da seca. Fornecimento de água potável, insumos e medicamentos para a saúde, produção rural, logística para manter o funcionamento da rede estadual de ensino e ajuda humanitária são os principais focos da programação de atividades.
Na quarta-feira (19), o governo federal assinou a publicação de editais para contratação de dragagem de trechos dos rios Amazonas e Solimões. Serão investidos R$ 505 milhões em obras de recuperação da capacidade de navegação dos rios, essenciais para o transporte de pessoas e transporte de mercadorias.
O edital prevê a contratação de dragagem em quatro trechos: Manaus-Itacoatiara; Coari-Codajás; Benjamin Constant-Tabatinga; Benjamin Constant-São Paulo de Olivença. A obra consiste na retirada de sedimentos e resíduos depositados no fundo, que reduzem sua profundidade e prejudicam a navegabilidade.
A dragagem evita que rios secos tenham impacto significativo e negativo na Zona Franca de Manaus e no comércio local. Para o Pólo Industrial, a seca afeta a logística, aumenta os custos de transporte, prejudica o abastecimento de água e provoca desafios ambientais e socioeconômicos. E para as empresas locais, causa dificuldades de abastecimento, aumenta os custos operacionais, aumenta os preços e pode resultar na redução das vendas.
Durante a assinatura do edital, o governador Wilson Lima (União Brasil) anunciou que em julho o governo declarará estado de emergência em três canais: Solimões, Juruá e Purus. O objetivo, segundo ele, é iniciar negociações com ministérios e demais órgãos do governo federal para iniciar ações de auxílio às famílias atingidas.
A Defesa Civil do estado também tem realizado reuniões com setores como indústria e comércio, poder público, empresas de telecomunicações e concessionárias de água e energia para fornecer informações e coordenar ações de prevenção diante da possibilidade de outra seca severa em 2024.
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