O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, disse ser “deplorável” que a Rússia, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, forneça assistência militar à Coreia do Norte.
Ele destacou que esta medida é uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança.
A Coreia do Norte e a Rússia concordaram em fornecer assistência militar imediata caso qualquer uma delas enfrente uma agressão armada. O pacto foi assinado durante a visita do presidente russo, Vladimir Putin, a Pyongyang.
“Qualquer assistência ou cooperação direta ou indireta que melhore a capacidade militar da Coreia do Norte é uma clara violação de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, alertou Cho aos repórteres na ONU.
“É de facto deplorável que um membro permanente deste conselho, que concordou com a adopção destas resoluções, esteja agora a agir para violar as resoluções e ao assinar este acordo”, acrescentou.
Além da declaração, a Coreia do Sul convocou uma reunião de emergência do conselho de segurança nacional e disse que consideraria o envio de armas para a Ucrânia, o que havia anteriormente descartado.
“Tratado de Parceria Estratégica Abrangente”
Horas depois de Putin ter partido para o Vietname, os meios de comunicação estatais norte-coreanos publicaram o “Tratado de Parceria Estratégica Abrangente”, que na verdade revive um extinto acordo de defesa mútua da década de 1960.
O acordo, que Putin e o líder norte-coreano Kim Jon-un assinaram nesta quarta-feira (19), também incluía cooperação em energia nuclear, exploração espacial, segurança alimentar e energética.
A medida é uma das ações de maior visibilidade de Moscou na Ásia nos últimos anos.
A Coreia do Sul, por seu lado, lamentou que o acordo incluísse uma promessa de “cooperação tecnológica militar” que, segundo ela, violaria as resoluções do Conselho de Segurança sobre os programas de armas da Coreia do Norte.
A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, apoiou sanções contra a Coreia do Norte, que foram decretadas depois de Pyongyang ter confirmado que tinha uma arma nuclear em 2006.
Mas o país disse recentemente que as sanções deveriam ser alteradas, e a prorrogação anual dos inspectores que aplicam as sanções este ano foi vetada.
Após uma reunião do conselho de segurança nacional, a Coreia do Sul decidiu que iria reforçar ainda mais a cooperação de segurança dos EUA com o Japão.
“A comunidade internacional deve permanecer unida na condenação e no combate a quaisquer atividades ilícitas que possam minar a paz e a segurança internacionais, e o governo da República da Coreia deve responder a quaisquer ações que possam ameaçar a nossa segurança nacional de forma resoluta e decisiva.” , destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano.
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