O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (19) manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano.
A Selic vinha em trajetória descendente desde agosto de 2023, quando pela primeira vez em três anos o Copom cortou a taxa, que estava estacionada em 13,75% há um ano.
O mercado avalia que novos cortes não devem ser feitos neste ano, segundo o Boletim Focus.
Mas a pesquisa feita pelo próprio BC indica quando o ciclo de redução deve ser retomado: na primeira reunião do Copom de 2025, com corte de 0,25 ponto percentual, deixando a Selic na faixa de 10,25% ao ano.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, o movimento se explica mais por uma mudança de postura do comitê do que por uma melhora no cenário.
Para o especialista, a composição do quadro de funcionários mais propensa a reduzir os juros a partir do próximo ano deverá contribuir para um novo movimento descendente da autoridade monetária.
“Avaliamos que aspectos da atividade pesarão mais na decisão de política monetária, enquanto a autoridade buscará aproximar o foco da política monetária do presente, reduzindo a parcela das expectativas, aumentando o peso no comportamento da inflação corrente” , aponta o economista.
Deterioração das expectativas
Até abril deste ano, o Focus ainda apontava que a Selic poderia encerrar 2024 em um dígito, em 9%.
Nesse mesmo mês, o governo federal alterou a meta fiscal para 2025 de superávit para déficit zero. A redução da meta não foi bem recebida pelo mercado, que viu prejudicada a imagem de responsabilidade fiscal do governo.
Desde então, as apostas foram se deteriorando, a ponto de o mercado deixar de acreditar que a reunião desta quarta e as próximas quatro terminariam com novas reduções.
“O Brasil piorou muito do ponto de vista fiscal, o que acabou impactando os ativos. Consequentemente, a perspectiva de queda dos juros foi reduzida”, explica Sanchez, da Ativa Investimentos.
O governo também trabalha na meta de equilibrar as contas públicas este ano, mas as expectativas também não são otimistas.
Embora a receita esteja atingindo níveis recordes a cada mês, os gastos também estão aumentando, o que preocupa o mercado, que também vê uma piora nas perspectivas de inflação.
“Para o próximo ano e para o ano seguinte, o desencaixe continua. O mercado vê cada vez mais uma inflação maior no futuro”, avalia Paulo Gala, professor da Fundação Getulio Vargas e economista-chefe do Banco Master. “Basicamente, o mercado não acredita que a inflação atingirá a meta até 2026.”
A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) até 2026 é de 3%, com margem de 1,5 ponto percentual. Porém, Focus aponta que os aumentos de preços devem ser de 3,96% neste ano, 3,8% no próximo ano e 3,6% em 2026. E o resultado da inflação mais alta são taxas de juros mais altas para contê-la. .
“A curva de juros já está precificando uma alta no segundo semestre. Não acho que esteja chegando, mas está chegando. Gestores e tesoureiros têm visão mais pessimista [que a do mercado]que aparece na curva de juros”, finaliza Gala.
As taxas dos Depósitos Intradiários (DI) com vencimento em julho fecharam esta terça-feira (18) em 10,408%. De agosto a janeiro, todas as perspectivas pioraram, com as taxas de juros futuras variando de 10,416% a 10,665% no período.
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