No dia 14, o Ministério Público de São Paulo denunciou Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, considerado braço direito de Marcola, líder máximo do PCC, além do empresário Sandro Moretti e dos advogados Augusto Cesar Moraes Casaro e José Pedro Cândido de Araújo.
Ambos foram denunciados por associação criminosa, além de utilizarem e falsificarem documentos, como a assinatura de um juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo, com a intenção de libertar Fuminho.
Sandro Moretti foi preso na última segunda-feira (17). O advogado Augusto Casaro continua foragido. Fuminho, por sua vez, cumpre pena por tráfico de drogas e armas, além de formação de quadrilha, no Presídio Federal de Brasília (DF).
De acordo com a denúncia apresentada à Justiça, Sandro Moretti, sem ser advogado, por não constar do cadastro de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), montou escritório, utilizou o certificado digital de Casaro e inseriu documentos falsos em sistema do Tribunal. da Justiça de São Paulo.
O crime só foi descoberto porque o endereço IP utilizado na ocorrência pertencia ao falso advogado, localizado em Presidente Prudente, extremo oeste de São Paulo.
Além disso, o caso ocorreu às vésperas do recesso do Judiciário, como forma de burlar a Justiça.
Segundo o MP, Casaro utilizou senha própria para acessar os autos do processo em que Fuminho é réu.
“Também há comprovação de autoria e comprovação de materialidade, pois a certidão digital, pessoal e intransferível da AUGUSTO enviou os documentos falsos à eSAJ”, diz trecho da denúncia.
A CNN procurou a defesa de Augusto Cesar Moraes Casaro, José Pedro Cândido de Araújo, Sandro Moretti e Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Quem é Fuminho?
Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, está preso na Penitenciária Federal de Brasília desde 2020.
Ele fugiu da prisão do Carandiru em 1999 e só foi recapturado 20 anos depois, quando foi preso pela Polícia Federal em Moçambique, no continente africano, em 2020.
Este ano, após ser absolvido pela Justiça do Ceará, por falta de provas, no caso em que foi acusado de ser o mandante do assassinato de Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, conhecido Assim como Paca, então chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), ele não foi solto porque havia outra condenação por tráfico contra ele.
Este, por sua vez, tem pena fixada em 26 anos e 11 meses, conforme decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), após ter sido responsável por um carregamento de 450 quilos de cocaína, que seria enviado pelo Porto de Santos para a Europa.
Além de ser braço direito de Marco Willians Herbas Camacho, Marcola, Fuminho, segundo as investigações, recebeu R$ 200 milhões da facção para resgatar o líder máximo do PCC da Penitenciária Federal de Brasília, onde Marcola está preso desde 2019, quando foi transferido da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
Na época, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, anunciou a descoberta de um plano para resgatar Marcola e outros 21 líderes do PCC, que estavam no P2 em Presidente Venceslau e também em Presidente Bernardes, ambos no interior paulista.
Pouco depois, em março de 2019, a pedido do promotor Lincoln Gakiya, Marcola e os 21 dirigentes foram transferidos para presídios federais de Brasília e Porto Velho.
*Sob supervisão
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