A Argentina registrou novo superávit em maio, quinto mês consecutivo de resultados positivos nas contas públicas, informou o governo nesta terça-feira (18).
Segundo dados publicados, o Setor Público Nacional teve um superávit de 1,18 trilhão de pesos no mês passado. O número representa que a Casa Rosada conseguiu honrar todas as dívidas e juros, e ainda sobrou dinheiro em espécie.
O país não atinge cinco meses consecutivos de superávit desde 2008.
Segundo a Casa Rosada, o valor acumulado após o pagamento dos juros corresponde a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando o resultado primário, o resultado é de 1% do PIB acumulado de janeiro a maio.
“Desta forma, o caminho de consolidação e organização fiscal continua a mostrar-se na realidade”, apontou o governo em nota.
O resultado havia sido anunciado pelo porta-voz da Presidência, Manuel Adorni, na semana passada.
O desempenho positivo nas contas públicas ocorre em meio à queda da inflação na Argentina, que em maio variou 4,2%, metade do registrado no mês anterior.
Foi também o quinto mês consecutivo de queda no índice, segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC).
Os preços dispararam desde agosto
A desaceleração da inflação ocorre em níveis elevados de preços, que dispararam desde agosto do ano passado – mês das eleições primárias do país – e atingiram o pico de aumentos em dezembro, quando o índice atingiu 25,5%.
Um dos surtos que mais chamou a atenção foi o dos planos de saúde, cujos controles de preços foram eliminados pelo megadecreto de desregulamentação da economia, assinado por Javier Milei em dezembro.
Desde o fim da tarifa, os prestadores de saúde aumentaram as mensalidades em mais de 105% e foram criticados pelo ministro da Economia por “declararem guerra à classe média”.
O governo estabeleceu que as prestadoras de serviço não poderiam reajustar as mensalidades acima do índice oficial de inflação do país e, em negociações com a Justiça, as empresas concordaram em devolver parte dos aumentos cobrados.
A queda do poder de compra da população é evidenciada pela queda da atividade: março registou o quinto mês consecutivo de contração, com uma queda de 8,4% face a fevereiro.
Segundo pesquisa do instituto Zurbán Córdoba realizada em maio, 41,4% dos entrevistados disseram que chegaram ao final do mês com dificuldade, 41,2% disseram que não chegaram ao final do mês e apenas 16,5% disseram que conseguiram. salvar.
Apesar da dificuldade, segundo o estudo, o atual governo tem 46,6% de aprovação e o sentimento mais citado pelos entrevistados quando questionados sobre o estado atual do país é o de “esperança”, com 29%.
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